A Medida Provisória que reduz o preço de carros até R$ 120 mil foi publicada há exatas duas semanas. E, a partir desta terça-feira (20), a compra de veículos mais baratos também pode ser feita por locadoras e outras empresas. Mas quem for alugar carro com o lote comprado com os benefícios do governo não deve ter desconto.
“As fabricantes ainda não se posicionaram, então não sabemos o valor desse desconto para as locadoras. Acreditamos que serão de 100 mil a 120 mil carros disponíveis para compra no total. Se uma locadora grande comprar 20 mil ou 30 mil veículos por um preço mais baixo, não vai fazer muita diferença no volume de frota. Então não deve dar margem de desconto para o cliente”, afirma Paulo Miguel Junior, conselheiro gestor da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla).
O executivo afirma que o período de um mês não dá margem para que a locadora possa reduzir o valor do aluguel para o consumidor. “Se fosse um programa de um ano de duração, ele contemplaria uma frota inteira de locadora e isso com certeza refletiria na redução do aluguel para o consumidor. Do jeito que está, isso não vai acontecer”, explica.
Autoesporte entrou em contato com as principais locadoras de veículos do Brasil: Localiza, Movida, Unidas e Turbi.
Localiza e Unidas ainda não enviaram um posicionamento oficial após o contato da reportagem. Já a Turbi não retornou nem o primeiro contato.
Lembrando que já foram consumidos 64% do total de créditos tributários concedidos para a aplicação nessa modalidade do programa. Isso quer dizer que, dos R$ 500 milhões disponíveis para veículos de passeio, as fabricantes já usaram R$ 320 milhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Portanto, esse crédito para as empresas pode zerar os benefícios do governo e prejudicar os consumidores pessoa física.
Vale lembrar que a previsão era de que o crédito durasse um mês a partir da publicação da Medida Provisória. Mas na atual situação após as duas primeiras semanas, é difícil imaginar que o ciclo de 30 dias seja cumprido.
Na última semana, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, ressaltou a importância das locadoras e disse que não acredita que o setor tem condições privilegiadas para compra atualmente. Além disso, também disse que as locadoras foram essenciais para que as fabricantes não tivessem mais paralisações.
“As locadas têm um volume muito importante e, neste momento em que o mercado está em dois milhões de veículos (projeção para 2023), ter as locadoras é fundamental para as fábricas funcionarem. Lembrando que nós tivermos 14 paradas de fábricas neste ano, se não fossem as locadoras, os números de paradas seriam muito maiores que 14, seriam 20, 25.”
O governo disponibilizou R$ 1,5 bilhão em créditos tributários à indústria, sendo que R$ 500 milhões são para automóveis e comerciais leves com preços de até R$ 120 mil. Além dessa quantia para automóveis, o programa também disponibiliza R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus.
Para receber o incentivo, o carro deve atender aos seguintes critérios:
Por enquanto, não há previsão de renovar o programa por mais tempo após o término dos 30 dias.
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Fonte: direitonews