Linha do tempo: Hyundai Creta é o SUV que vende muito, mas nunca foi líder


O Hyundai Creta foi lançado em dezembro de 2016 no Brasil e pode se orgulhar de duas coisas: nunca vendeu menos de 40 mil carros por ano e sempre ficou entre os cinco SUVs mais vendidos do país. Autoesporte relembra a trajetória deste protagonista do segmento mais disputado do mercado nacional, mesmo com o visual polêmico adotado em 2021.

O Creta foi uma das principais atrações da 29ª edição do Salão do Automóvel, em novembro de 2016. O SUV chegou com duas opções de motor: 1.6 de 130 cv, com câmbio manual ou automático, ambos de seis marchas, e 2.0 de 166 cv somente com transmissão automática. Fabricado em Piracicaba (SP) — mesmo local do HB20 com quem compartilhou o motor 1.6 —, o modelo chegou às concessionárias no início de 2017 com preços entre R$ 72.990 e R$ 99.490.

O foco da Hyundai era disputar mercado com os então líderes do segmento, Honda HR-V e Jeep Renegade — ambos com mais de 50 mil vendas em 2016. O Nissan Kicks também foi lançado neste mesmo ano durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Podemos considerar 2016 como o início da segunda onda de SUVs no Brasil (que só cresce até hoje).

Em 2015, a categoria representou 14,8% do total de carros novos vendidos, número que saltou para 17,9% em 2016 e tinha tendência de alta para 2017. Portanto, o Creta chegou em um momento bem propício.

Para desbancar os rivais, a Hyundai apostava em alguns atributos do Creta, como bom espaço interno com 2,59 m de entre-eixos: 2 cm maior que Renegade, mas 2 cm menor que o HR-V. O porta-malas era um pouco menor do que do rival japonês (437 litros), entretanto, com bons 431 llitros.

A lista de equipamentos de série também era boa. A versão de entrada, Attitude manual, oferecia rodas de liga leve de 16 polegadas, acabamento de couro na alavanca de câmbio, monitoramento de pressão dos pneus, Isofix, alarme, sistema Stop & Go, ar-condicionado, ajustes de altura e profundidade do volante, ajuste de altura banco do motorista, vidros elétricos, retrovisores elétricos e direção elétrica.

Por pouco mais de R$ 5 mil extras, a versão Pulse com o mesmo conjunto mecânico trazia acabamento de couro nos apoios de braços das portas e central, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, sinalização de frenagem de emergência, faróis de neblina e sensor de estacionamentos traseiro.

A opção mais cara, Prestige 2.0 com câmbio automático, encostava na faixa dos R$ 100 mil, mas oferecia de série ótimos equipamentos, além de tudo que já mencionado, com destaque para: seis airbags, central multimídia com tela de 7 polegadas, compatível com Apple CarPlay e Andoroid Auto, DRL de LED, banco do motorista com ventilação, ar-condicionado digital e partida por botão.

O segmento de SUVs realmente cresceu em 2017 e a fatia total de mercado foi para 22,3% — alta de 4,4%. E o Creta fechou seu primeiro ciclo no mercado na terceira posição, com 41.625 emplacamentos, atrás apenas do HR-V (47.775) e Jeep Compass (49.187), que atingia outro público.

Em 2018, o Creta manteve um ótimo ritmo de vendas e emplacou 48.976 unidades, ficando atrás apenas do Compass novamente (60.284). Vale ressaltar que dessa vez o modelo da Hyundai foi líder entre os SUVs compactos, porém, não do segmento como um todo.

Para 2019, o Creta passa por uma leve atualização no visual. Ficou com novos para-choques dianteiros e traseiros, e a opção mais cara da gama, a Prestige, trouxe novo design das lanternas na traseira. O modelo seguiu muito bem nas vendas, mesmo com a chegada de outros rivais, como o Volkswagen T-Cross, que oferecia motores turbo em toda a gama — algo pioneiro para o segmento na época.

No ano, foram 57.460 vendas do Creta e o 3º lugar entre os SUVs mais vendidos, atrás apenas da dupla da Jeep: Renegade e Compass.

Chega 2020 e mais um rival de peso surge: o novo Chevrolet Tracker, que também vinha equipado somente com motores turbo na gama. O HR-V também já tinha a opção de motor 1.5 turbo na versão topo de linha, a Touring. O desejo do brasileiro de ter um SUV turbinado só aumentava.

Com o crescimento dos rivais e diversas dificuldades naquele ano de 2020, muito em função do impacto que a pandemia do coronavírus causou no mercado, o Creta teve o seu pior desempenho desde o lançamento na posição do segmento: 5º lugar. Ainda assim, foram 47.757 emplacamentos.

Em 2021 houve a grade revolução do Creta no mercado brasileiro. Em agosto daquele ano, o novo Creta foi lançado com um visual muito polêmico e bem diferente das linhas mais conservadores do anterior. E finalmente recebeu motor turbo para melhor enfrentar os seus rivais. Os preços começavam em R$ 107.490 e chegavam até R$146.990.

O SUV veio equipado com o mesmo motor três cilindros 1.0 turbo que estreou na família HB20, lá em 2019. Não houve qualquer mudança nos números e o Creta continuou com os mesmos 120 cv e 17,5 kgfm de torque. O motor 2.0 foi mantido, assim como uma versão com o mesmo visual do Creta “antigo” e propulsor 1.6.

O SUV teve atualizações na plataforma, mas manteve a mesma do modelo anterior. O porte aumenta um pouco: são 4,30 metros de comprimento (+1 cm), 2,61 m de entre-eixos (+ 2 cm) e 1,79 m de largura (+ 1 cm). A altura permaneceu em 1,63 m. Já o porta-malas encolheu de 431 litros para 422 l.

Na parte tecnológica, o Creta trouxe diversos equipamentos, com destaque para frenagem automática de emergência e controle de cruzeiro adaptativo. Além disso, o SUV ainda ofereceu seis airbags em todas as versões, e opções com câmera 360º, central BlueNav com tela de 10,25″, alerta de ponto cego, freio de estacionamento eletrônico e teto solar panorâmico, por exemplo.

Apesar de toda a polêmica do visual, o motor turbo e as tecnologias fizeram o Creta ter o melhor volume de vendas até então. Em 2021 foram 64.759 emplacamentos e novamente a medalha de bronze do segmento, atrás, novamente, de Compass e Jeep.

De 2021 para 2022 o Creta apresentou queda de pouco mais de duas mil vendas e ficou no 4º lugar da categoria 62.651 com licenciamentos. Seu auge veio no ano passado, quando mais de 65 mil unidades novas do SUV foram parar nas ruas brasileiras.

Confira a tabela com o desempenho de vendas do Creta desde o lançamento:

Atualmente o Creta ainda tem a versão mais simples com o visual antigo, o Creta Action, que custa R$ 116.990. De resto, os preços vão de R$ 135.390 até R$ 179.890.

O SUV sempre teve um volume bem constante de vendas. A única queda expressiva foi de 2019 para 2020, porém, muitas modelos passaram por isso com os efeitos da pandemia. O Creta começa 2024 vindo do seu melhor ano e em 2025 vai mudar de novo — Autoesporte já antecipou o que deve vir ao Brasil. Será que a liderança do segmento deve vir nos próximos dois anos? Façam suas apostas, porque o interesse por SUV no país só aumenta, afinal 45,5% dos carros novos vendidos já são SUVs.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Fonte: direitonews

Anteriores TRE-PR terá de aguardar juiz indicado por Lula para julgar Moro
Próxima Minério de ferro amplia ganhos com melhora do sentimento após promessas da China