Legado explosivo: por que as minas terrestres podem assombrar a Ucrânia muito depois do conflito?


O presidente dos EUA, Joe Biden, supostamente autorizou a entrega de minas terrestres antipessoal “não persistentes” à Ucrânia em uma ação que visa reforçar as defesas de Kiev contra o avanço das tropas russas, de acordo com o The Washington Post.
Mas por que a medida é vista como desnecessária e expõe a população civil a forte risco mesmo depois que o conflito termina? A Sputnik explica.

O que são minas terrestres antipessoal?

Elas são cargas explosivas encapsuladas enterradas abaixo da superfície do solo, normalmente detonadas automaticamente por pressão quando um alvo pisa nelas.
O dispositivo causa danos por efeito de explosão direta ou fragmentos, ou ambos. Essas minas são mortais ou resultam em ferimentos graves, particularmente amputações, bem como danos oculares e auditivos.
As minas “não persistentes” são projetadas para se autodestruir ou perder a carga da bateria para torná-las inativas em dias ou semanas. Especialistas em controle de armas alertam que mesmo essas minas podem representar um risco à segurança.
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa no Pentágono em 10 de fevereiro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 19.11.2024

Direito internacional as proíbe

As minas antipessoal são vistas como armas indiscriminadas, que podem permanecer perigosas anos após o fim de um conflito, prejudicando civis.
A Convenção de Ottawa de 1997, também conhecida como Tratado de Proibição de Minas, proíbe o uso, armazenamento, produção e transferência de minas antipessoal.
Até o momento, um total de 164 países, incluindo a Ucrânia, assinaram o tratado, com “milhões de minas destruídas e milhares de quilômetros quadrados de terra limpos” graças ao documento, segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Reação à ação de Biden

O bilionário Elon Musk escreveu no X que Biden “perdeu a cabeça”, enquanto a Fox News descreveu a decisão do presidente norte-americano cessante como “mais uma escalada no conflito com a Rússia antes da posse do presidente eleito [Donald] Trump”.
A CNN, por sua vez, destacou que a ação é “outra grande mudança da política” de Biden.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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