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A Justiça do Rio de Janeiro revogou, nesta sexta-feira (30), a prisão preventiva do influenciador Vitor Belarmino, acusado de atropelar e matar o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta em julho do ano passado, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da cidade. A decisão foi tomada pela juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1ª Vara Criminal da Capital, que determinou que Belarmino responderá ao processo em liberdade, sob medidas cautelares.
A juíza atendeu a um pedido da defesa, que alegou não haver mais risco à instrução do processo nem ameaça à ordem pública. Apesar do Ministério Público ter se manifestado contra o pedido, ressaltando que o acusado esteve foragido por 10 meses e que ainda há testemunhas e a viúva da vítima a serem ouvidas, a magistrada entendeu que os motivos que justificaram a prisão preventiva em 2024 não são mais válidos.
Entre os fatores destacados para a soltura estão o fato de que Belarmino é réu primário, possui bons antecedentes e que das 97 infrações registradas em sua carteira de habilitação, apenas 11 estão diretamente atribuídas a ele, sem nenhuma por direção perigosa em alta velocidade.
Alessandra Roidis reforçou que “decisões judiciais não devem se basear em pressões sociais ou comoção pública, mas sim nos critérios legais objetivos.”
Como condições para responder ao processo em liberdade, Belarmino deverá cumprir as seguintes medidas cautelares:
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Comparecer mensalmente à Justiça para informar atividades e endereço;
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Proibição de dirigir qualquer veículo automotor e recolhimento da CNH;
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Proibição de frequentar casas noturnas entre 22h e 6h;
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Proibição de se aproximar da viúva da vítima em raio de 500 metros;
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Proibição de contato com testemunhas, familiares da vítima ou da viúva, inclusive por redes sociais;
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Proibição de sair da comarca por mais de 30 dias sem autorização judicial;
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Manutenção do passaporte recolhido.
Além disso, a revelia decretada anteriormente, quando Belarmino esteve foragido, foi revogada após ele se apresentar voluntariamente às autoridades. A juíza destacou que a prisão preventiva poderá ser restabelecida caso o influenciador descumpra alguma das condições impostas.
Durante interrogatório realizado na quarta-feira (28), Belarmino reafirmou que não estava correndo no momento do atropelamento, contrariando o laudo da 42ª DP (Recreio), que indicou que o influenciador estava a 109 km/h no momento do impacto — quase 40 km/h acima do limite permitido na via, que é 70 km/h — e que chegou a atingir 160 km/h momentos antes.
Segundo o depoimento, “freei tudo o que podia e tentei jogar o carro para a esquerda em direção ao canteiro, mas tinham dois carros estacionados e, também tentei não bater neles”, disse Belarmino ao explicar a manobra para evitar a colisão.
Porém, ao ser questionado pela promotoria sobre a velocidade antes de frear, ele não respondeu.
O influenciador afirmou ainda que parou para prestar socorro, mas deixou o local com medo de ser agredido. “Vi várias pessoas chegando para socorrer e, também, a taça de vinho que a Amanda carregava quebrada no banco de carona. Fiquei com medo de ser linchado e segui”, relatou.
Fábio Toshiro Kikuta havia acabado de se casar e atravessava a Avenida Lúcio Costa em direção à praia com a esposa, Bruna, quando foi atingido pela BMW conduzida por Belarmino. Um vídeo anexado ao inquérito mostra o momento do choque, quando Fábio é arremessado e seu corpo gira no ar, enquanto a BMW para metros à frente e depois deixa o local. A noiva aparece em desespero logo após o acidente.
Cinco mulheres que estavam no carro com Belarmino também são rés por omissão de socorro.
Fonte: gazetabrasil