Conteúdo/ODOC – A juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, homologou os acordos firmados pelos ex-servidores da Assembleia Legislativa, Ana Paula Ferrari Aguiar e Odenil Rodrigues de Almeida, com o Ministério Público Estadual (MPE), extinguindo a ação penal contra eles por crime de lavagem de dinheiro, decorrente da Operação Ventríloquo.
A operação investigou um esquema que desviou R$ 9,4 milhões da Assembleia Legislativa entre 2013 e 2014.
A decisão foi publicada na quinta-feira (13). Pelo acordo, Ana Paula se comprometeu a pagar R$ 20 mil, e Odenil, R$ 10 mil, em parcelas únicas.
Em outubro do ano passado, a Justiça extinguiu a ação contra o empresário Edilson Guermandi de Queiroz, que concordou em pagar R$ 128,7 mil em dez parcelas.
Outros acusados, como Valdir Daroit e Leila Clementina Sinigaglia Daroit, também devem firmar acordos com o MPE para encerrar a ação penal. Uma audiência foi marcada para o próximo mês.
Continuam respondendo ao processo os ex-deputados estaduais Gilmar Fabris e Mauro Savi, além de José Antonio Lopes, Claudinei Teixeira Diniz, Marcelo Henrique Cini e Cleber Antônio Cini.
O ex-deputado estadual Romoaldo Júnior também figurava como réu, mas faleceu em março do ano passado.
Operação Ventríloquo
Conforme a denúncia do MPE, Romoaldo Júnior e Mauro Savi, em parceria com o ex-deputado José Riva, Francisvaldo Mendes Pacheco, Julio Cesar Domingues Rodrigues, Anderson Flavio de Godoi, Luiz Marcio Bastos Pommot e Joaquim Fábio Mielli Camargo — que respondem a processo separado —, teriam formado uma organização criminosa estruturalmente ordenada para desviar recursos da Assembleia.
O grupo teria desviado cerca de R$ 9.480.547,69 por meio do pagamento de uma dívida de seguro contraída pelo Legislativo com o antigo Banco Bamerindus.
Segundo o MPE, no mesmo período, os acusados ocultaram e dissimularam a origem dos valores, com o auxílio de empresários e assessores parlamentares, incluindo José Antonio Lopes, Ana Paula Ferrari Aguiar, Claudinei Teixeira Diniz, Marcelo Henrique Cini, Cleber Antônio Cini, Valdir Daroit, Leila Clementina Sinigaglia Daroit, Odenil Rodrigues de Almeida e Edilson Guermandi de Queiroz.
Quanto à participação do deputado Gilmar Fabris, as investigações apontam que ele teria recebido R$ 95 mil do valor desviado, sabendo da origem ilícita dos recursos. O MPE afirmou que Fabris teria utilizado sua ex-assessora, Ana Paula Ferrari Aguiar, para viabilizar a lavagem do dinheiro.
Fonte: odocumento