A taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito subiu novamente e atingiu 429,5% ao ano em junho. O índice registrou um aumento de 7,1 pontos percentuais em relação a maio, quando era de 422,4% ao ano. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central, nas Estatísticas Monetárias e de Crédito.
De acordo com a informação, qualquer dívida no cartão de crédito feita há um ano cresce cinco vezes se o pagamento não for feito na data de vencimento. Por exemplo, um saldo devedor de R$ 800 em janeiro do ano passado exige um pagamento adicional de R$ 3.436 após um ano, totalizando uma dívida de R$ 4.236.
Em dezembro do ano passado, o Conselho Monetário Nacional estabeleceu um limite de 100% para as taxas de juros do rotativo, após a aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional. A nova regra entrou em vigor em janeiro deste ano, e, com a norma, uma dívida de R$ 200, por exemplo, não pode ultrapassar R$ 400 com juros e encargos.
Embora as taxas apresentadas pelo Banco Central possam sugerir que os bancos estejam descumprindo a lei, a discrepância é apenas um reflexo estatístico. A autoridade monetária calcula as taxas anuais extrapolando o juro mensal cobrado pelas instituições financeiras.
Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, explicou que a série histórica continuará sendo mantida, pois ainda serve como referência para mostrar a variação dos juros e é um componente importante para determinar a taxa geral cobrada pelo sistema financeiro.
No cheque especial, que é a segunda linha de crédito mais cara disponível, os juros médios subiram para 135% ao ano em junho, um aumento de 3,1 pontos percentuais em relação a maio. Com essa taxa, uma dívida de R$ 800 mantida por um ano sem pagamento atinge R$ 1.880.
Para evitar as altas taxas de juros, os consumidores podem optar pelo crédito consignado, que oferece desconto direto na folha de pagamento. Em junho, a taxa do crédito consignado recuou 0,1 ponto percentual, situando-se em 23,1% ao ano, a menor desde fevereiro de 2022. As taxas variam conforme o grupo de profissionais, com a menor taxa de 21,4% ao ano para beneficiários do INSS, e 22,8% para servidores públicos e 38,7% para trabalhadores do setor privado.
Fonte: gazetabrasil