Jeep Compass ‘tem vida longa’, diz executivo sobre nova geração no Brasil


Em 2026, o Jeep Compass completa dez anos de produção no Brasil. De lá pra cá, mais de 500 mil unidades saíram da fábrica da Stellantis em Goiana (PE). A comemoração de uma década até poderia ser coroada com o lançamento de uma nova geração do SUV médio, apresentada há uma semana na Europa.

No entanto, executivos regionais da Jeep despistaram qualquer hipótese nessa direção durante o evento de celebração de dez anos da fábrica pernambucana. Hugo Domingues, vice-presidente da marca na América do Sul, e Pedro Silva, diretor de marketing da marca, pareciam alinhados no discurso.

Em momentos diferentes, ambos disseram que “o Compass tem vida longa no Brasil” ao serem questionados sobre a chegada da nova geração, sem indicar se essa “vida longa” se refere à aguardada segunda geração ou a um prolongamento de vida do SUV vendido atualmente em nosso mercado.

A fala pode ser interpretada de duas formas. A mais otimista daria sinais de que a nova geração está a caminho. Um cenário mais realista, no entanto, é de que o SUV médio vai permanecer na atual carroceria, sobre a veterana plataforma Small Wide 4×4, por mais alguns anos.

Vale lembrar que a fábrica de Goiana receberá investimentos de R$ 13 bilhões até 2030. No entanto, o montante será dividido com outros produtos, como a reestilização da Fiat Toro, as versões híbridas de Commander e da própria Toro, além de mais uma atualização no visual do Renegade.

Uma hipótese levantada pelo site Auto+ é a de que o Compass terá, sim, uma nova geração. Porém, em vez de adotar a plataforma STLA Medium (a mesma do Peugeot 3008), como na Europa, aqui o SUV médio seguiria usando a base Small Wide 4×4. A solução faria a Stellantis economizar uma quantia razoável de dinheiro, por não precisar de grandes intervenções no complexo de Goiana.

Se, por outro lado, a estratégia “descolaria” a versão brasileira da europeia, manter a plataforma atual pode ajudar a Jeep a seguir oferecendo o SUV na América do Norte. Isso porque executivos da marca disseram que houve uma pausa no desenvolvimento do novo Compass com base STLA Medium para os Estados Unidos. A razão é a incerteza a respeito da política tarifária de Donald Trump.

Caso um novo Compass com base antiga seja criado, poderia ser produzido em toda a região das Américas, o que ajudaria a Stellantis a ganhar escala. Lembrando que, nos Estados Unidos, o SUV é a opção de entrada no portfólio da Jeep, após o Renegade sair de linha por lá.

O Jeep Compass de terceira geração foi muito beneficiado pela nova matriz STLA Medium e ganhou alguns centímetros de dimensões. Assim, o SUV mede 4,55 metros de comprimento (15 cm maior) e tem distância de 2,79 m entre os eixos (+ 16 cm). Já a capacidade do porta-malas é de 550 litros, segundo o padrão europeu, contra 410 l da geração atual brasileira.

Com o aumento nas medidas, a nova geração do Compass está mais espaçosa na cabine, que foi modernizada e prioriza a conectividade. Assim, o quadro de instrumentos segue sendo digital de 10 polegadas, mas a central multimídia cresceu e tem 16″.

Logo abaixo, há uma fileira de botões para comandos diversos. Detalhes do acabamento contam com diversos elementos em formato de “X”, no mesmo esquema visto nos LEDs das lanternas. Pelas imagens, dá para ver ainda que há detalhes macios ao toque no acabamento interno. Por fim, os bancos misturam revestimento em couro e tecido, com costuras em relevo.

Por fora, as mudanças são notáveis, mas mantiveram a essência do SUV médio. As linhas retilíneas seguem. Mas o conjunto de faróis está mais afilado que o da geração atualmente vendida no Brasil, e adota um formato quadrado que fica rente à linha do capô e à grade dianteira.

Na traseira, o para-choque está mais destacado, assim como na dianteira. As curvas do conjunto de lanternas da atual geração também dão lugar a linhas mais retas e um formato que lembra o visual das lanternas do Renegade, SUV compacto da marca. Seguindo a tendência de mercado, o conjunto cresceu e é unido por uma barra iluminada. Inédito nesse caso é o fato de o nome da marca estar estampado na barra e também ser iluminado.

Aderindo de vez à era de eletrificação na Europa, a Jeep disponibilizou o Compass apenas com conjunto motriz híbrido ou elétrico para os consumidores europeus. A versão de entrada oferece sistema híbrido leve de 48 volts, o mesmo que estará na Fiat Toro 2026 nacional, com câmbio e-DCT (automatizado de dupla embreagem) e capacidade de tracionar brevemente as rodas em modo elétrico.

Contudo, no caso do Compass europeu, em vez do motor 1.3 GSE turbo de origem Fiat, temos o 1.2 Puretech turbo de três cilindros, originário da Peugeot. São 145 cv de potência. Logo acima, a configuração PHEV (híbrido plug-in) desenvolve 195 cv, com sistema elétrico aliado a um propulsor 1.6 turbo de quatro cilindros.

Há ainda três versões elétricas: as com tração dianteira têm potência de 213 ou 231 cv, enquanto a com tração integral rende 375 cv. Até agora, a Jeep só revelou a autonomia máxima, que chega a 650 km com base no ciclo WLTP. Os preços das variantes elétricas começam em 51.750 euros (R$ 334.300).

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Fonte: direitonews

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