O Jeep Commander é invenção brasileira. Desenvolvido a partir da costela do Compass, se tornou um dos SUVs de 7 lugares mais vendidos do Brasil. Em 2024, já foram mais de 15 mil unidades emplacadas – o que o deixa encostado no Toyota SW4, por exemplo, e atrás apenas da Chevrolet Spin.
A novidade mais recente na linha Commander data de março, com a chegada do motor 2.0 turbo de 272 cv de potência e 40,8 kgfm de torque da família Hurricane. É o mesmo propulsor presente no Compass e na Ram Rampage.
Autoesporte avaliou a versão topo de linha, Blackhawk, tabelada em R$ 327.590, e mostra cinco razões para comprar o SUV e cinco motivos para fugir dele.
1- Leva 7 pessoas
A razão mais óbvia é a possibilidade de levar 7 pessoas, algo que nem Renegade e nem Compass oferecem. Mesmo dentro da própria Stellantis, grupo dono da Jeep e também de marcas como Fiat, Citroën e Peugeot, há poucos modelos com tal capacidade. Além do Commander, só temos o Aircross, menor e (bem) menos refinado.
2- Leva 7 pessoas muito rápido
Excluindo modelos esportivos como os Mercedes-AMG, o Jeep Commander é o carro de 7 lugares mais rápido do Brasil. Isso só é possível graças ao motor 2.0 Hurricane, que resolveu a questão de desempenho do 1.3 turbo das versões mais baratas.
Com o propulsor lançado no início do ano, o SUV de quase 1.900 kg leva apenas 7 segundos para ir de 0 a 100 km/h. Como referência, um Volkswagen Jetta GLI demora 6,7 segundos para cumprir a mesma prova.
3- Leva 7 pessoas sem gastar tanto combustível
Considerando a potência, o porte e o peso do Commander, o consumo de combustível é mais do que razoável. Nos testes do Inmetro, o SUV registrou 8 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada.
Na prática, em nosso uso cotidiano, o consumo urbano ficou na casa de 9 km/l. Já o rodoviário, em um trecho de mais de 1.000 km, considerando ar-condicionado ligado e subida e descida de serra, foi de 12,1 km/l.
4- Acabamento
Ainda que seja baseado no Compass e traga uma série de componentes internos em comum com o SUV menor, o Commander consegue entregar um acabamento de melhor qualidade, exatamente o que se espera em um modelo mais caro.
Porém, o padrão de qualidade das peças é tão bom que podemos colocar o SUV grande entre os carros nacionais mais bem montados; um pequeno degrau abaixo dos BMW, mas bem acima da média dos demais modelos feitos no Brasil.
Na versão Blackhawk, destaque para os bancos com revestimento de suede e a inscrição com o nome da série em baixo relevo no encosto.
5 – Itens de tecnologia
Desde a versão de entrada, o Commander é um carro bem equipado. Na Blackhawk, então, a lista de itens de segurança, tecnologia e conforto é ainda mais farta. Além de quadro de instrumentos digital, central multimídia de 10,1 polegadas e ar-condicionado digital de duas zonas, temos teto solar panorâmico (dos grandes), bancos dianteiros com ajustes elétricos (e memória para o motorista) e pacote ADAS nível 2 com alerta de saída de faixa com correção, frenagem de emergência e controlador de velocidade adaptativo.
1- Assistente de faixa intrusivo
Se a lista de equipamentos é farta, o assistente de condução do Commander poderia ser melhor. Óbvio que todo recurso que melhora a segurança de um veículo é bem-vindo, mas quando o funcionamento atrapalha a dirigibilidade, o motorista tende a querer desligá-lo.
É exatamente isso que acontece com o assistente de faixas do SUV. Quando acionado em estradas, o sistema interfere ativamente (e constantemente) para manter o Commander no centro da pista. Em um país onde corredores de motos são criados artificialmente, isso é um problema.
Além disso, quando desligado, torna a direção muito mais direta e faz com que o motorista passe a ter uma percepção melhor do contato entre pneus e piso.
2- Leva 7 pessoas, mas sem muito conforto
O espaço interno do Commander é muito bom. Para 5 pessoas. Como em qualquer modelo com menos de 5 metros de comprimento, os dois ocupantes que viajam na terceira fileira de bancos são obrigados a elevar os joelhos e a ficar com quadris em posição muito baixa.
O acesso ao compartimento dos assentos adicionais também não é dos mais simples. A abertura poderia ser maior. De todo modo, o Commander tem 4,77 m de comprimento e 2,79 m de entre-eixos.
3- Leva 7 pessoas, mas poucas malas
Outra consequência de não ser tão comprido é que o porta-malas acaba prejudicado quando a terceira fileira está montada. Os 661 litros de capacidade na configuração de 5 lugares caem para apenas 233 litros. É mais do que no Caoa Chery Tiggo 8 (150 litros) ou no Volkswagen Tiguan (215 litros), mas, ainda assim, insuficiente para as malas de metade dos ocupantes.
Nesse caso, há duas soluções possíveis para não abrir mão do volume: comprar um bagageiro de teto ou partir para um carro maior.
4- Revisões caras
A Jeep oferece um pacote com as três primeiras revisões por R$ 2.971. O valor é exatamente o mesmo dos serviços avulsos somados. Eles são feitos a cada 12 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. Considerando que um brasileiro roda, em média de 10 mil a 15 mil km por ano, a realização quase sempre será feita por tempo, igualando as condições com os concorrentes.
No preço, porém, o Jeep Commander perde para rivais diretos. O Caoa Chery Tiggo 8 PHEV, por exemplo, tem as três primeiras revisões por R$ 1.895. Em relação ao Volkswagen Tiguan, que oferece os três primeiros serviços gratuitamente, mas cobra R$ 2.253 por uma série de peças para manter a garantia do veículo, a diferença é menor: de R$ 718. Ainda assim, suficiente para encher pelo menos dois tanques de gasolina.
5- Leva 7 pessoas, mas cobra (muito) por isso
Por último, mas não menos importante, o Commander Blackhawk é mais caro do que os rivais diretos. O que mais se aproxima em desempenho, com 317 cv, além da vantagem de ser híbrido plug-in, é o Tiggo 8 PHEV, que sai por R$ 259.990 – R$ 67.600 a menos.
Na comparação com o Tiguan, de R$ 292.990, a diferença é bem menor (R$ 34.600) e até parece justificável, afinal o Commander é mais potente e equipado.
Porém, a maior discrepância é em relação ao Tiggo 8 sem qualquer eletrificação. Vendido por R$ 199.990, o modelo sino-brasileiro é quase R$ 130 mil mais barato. Nesse caso, a diferença é até menor do que entre o Commander e o Hyundai Palisade (R$ 449.990), que é um pouco mais potente e leva até 8 pessoas.
Se o preço de compra é um fator relevante, há outras versões do Commander com preços melhores. A Overland 1.3 turbo, por exemplo, é completíssima e custa R$ 270 mil.
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Fonte: direitonews