SÃO PAULO (Reuters) – Executivos da JBS, a maior produtora de carnes do mundo, disseram nesta sexta-feira que as margens do negócio de carne bovina nos Estados Unidos provavelmente serão mais apertadas no quarto trimestre em comparação com o anterior, devido à persistente escassez de gado no país, de onde vem a maior parte de sua receita.
Após a JBS divulgar queda no lucro do terceiro trimestre, parcialmente devido às margens negativas da carne bovina nos EUA, a empresa afirmou que 2026 continuará sendo um ano desafiador em termos de oferta de gado nos Estados Unidos, com melhorias graduais previstas para 2027.
No Brasil, onde a JBS possui várias plantas de processamento de carne bovina, o tamanho do rebanho deve cair entre 3% e 5% em 2026, depois que os pecuaristas venderam mais vacas para abate neste ano.
Ainda assim, o CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, disse que isso não preocupa porque o rebanho brasileiro cresceu, indicando que a queda esperada não deve necessariamente prejudicar a empresa.
Tomazoni afirmou que acordos de longo prazo com pecuaristas para fornecimento de gado no Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, e melhorias na gestão pecuária — incluindo dietas mais ricas e mais animais passando por confinamento — devem ajudar a compensar a queda prevista na disponibilidade de gado no país.
“Os EUA têm menos da metade do rebanho brasileiro e produzem mais carne bovina”, disse Tomazoni, em teleconferência para analistas, após a divulgação dos resultados trimestrais, na véspera.
A maior parte do gado brasileiro ainda é alimentada a pasto. Segundo especialistas, isso significa que o peso do animal abatido no país é menor do que nos EUA, resultando em menos oferta de carne.
De acordo com o IBGE, o Brasil tem 238 milhões de cabeças de gado. No segundo trimestre, o país abateu mais vacas do que bois pela primeira vez desde 1997, o que pode comprometer a produção de bezerros no futuro.
Consultorias privadas afirmam que determinar o tamanho real do rebanho brasileiro é difícil. Algumas estimam que o rebanho do Brasil seja de aproximadamente 190 milhões de cabeças.
(Reportagem de Ana Mano)
Fonte: noticiasagricolas






