Japão coordena reestruturação de dívida externa do Sri Lanka com credores, diz ministro das Finanças


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O presidente do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, disse em entrevista neste mês de agosto que pediria ao Japão que convidasse os principais credores do país para uma conferência a fim de chegar a um consenso sobre o programa de reestruturação da dívida.
O ministro das Finanças japonês, Shunichi Suzuki, disse que Tóquio coordenaria esforços com os credores estrangeiros do Sri Lanka para ajudar a nação insular a reestruturar sua dívida. De acordo com a Reuters, o ministro disse que era importante que os credores estrangeiros do Sri Lanka se reunissem e discutissem a questão.
As declarações do ministro das Finanças foram feitas horas depois que o ministro das Relações Exteriores do Japão, Yoshimasa Hayashi, declarou em uma coletiva de imprensa que Tóquio ainda não tinha abordado nenhum terceiro governo sobre o assunto.
“Estamos tendo várias interações com o lado do Sri Lanka, mas nenhuma preparação está acontecendo com o Sri Lanka para realizar tais negociações”, afirmou Hayashi.
Anteriormente, uma reportagem da mídia sugeria que Tóquio estava disposta a presidir uma conferência com os credores estrangeiros do Sri Lanka caso Pequim também concordasse em participar do evento multilateral.
Multidão invade palácio presidencial do chefe de Estado cingalês Gotabaya Rajapaksa no segundo dia de invasão à residência, Colombo, Sri Lanka, 11 de julho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 11.07.2022

O presidente do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, disse que manteria consultas com o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida sobre o assunto quando os dois líderes se encontrassem por ocasião do funeral do ex-primeiro-ministro Abe Shinzo em Tóquio, no dia 27 de setembro.
Cerca de 10% da dívida externa do Sri Lanka — que declarou default em abril — de quase US$ 51 bilhões (aproximadamente R$ 257 bilhões), é devida a Pequim, que até agora não se comprometeu com a reestruturação de seus empréstimos a Colombo.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que os credores estrangeiros de Colombo devem concordar em reestruturar sua dívida antes que ele possa aprovar um pacote de resgate para a nação insular atingida pela crise, que enfrenta sua pior crise econômica desde a independência em 1948.
O Sri Lanka está buscando cerca de US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 20,1 bilhões) do FMI sob uma Linha de Fundo Estendida (EFF, na sigla em inglês) para pagar combustível e outras importações essenciais, que estão em falta devido ao esgotamento das reservas cambiais.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi (E) e o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, apertam as mãos no início da reunião de cúpula Japão-Índia, após o término da cúpula dos líderes do Quad entre os EUA, Japão, Índia e Austrália, no estado de Akasaka, Guest House em Tóquio, 24 de maio de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 25.08.2022

Vários credores do Sri Lanka, incluindo o Japão, também expressaram sua relutância em fornecer ajuda financeira a Colombo até que o governo consiga um pacote de resgate do FMI.
De fato, o ministro do Transporte Marítimo do Sri Lanka, Nimal Siripala de Silva, disse ao Parlamento neste mês que Tóquio suspendeu o trabalho em 12 projetos de infraestrutura e desenvolvimento no país do sul da Ásia, aguardando a aprovação do EEF pelo Fundo Monetário Internacional.
Uma delegação do FMI está atualmente em visita ao Sri Lanka para tentar chegar a um acordo sobre um pacote do FMI.
“Como a dívida pública do Sri Lanka é avaliada como insustentável, a aprovação pelo Conselho Executivo do FMI do programa EFF exigiria garantias adequadas por parte dos credores do Sri Lanka de que a sustentabilidade da dívida será restaurada”, disse um comunicado do FMI no dia 19 de agosto.
Enquanto isso, o presidente Wickremesinghe vai apresentar o orçamento federal no Parlamento ainda nesta terça-feira (30), o primeiro desde que a crise econômica eclodiu este ano na nação insular.
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