Jaguar F-Pace híbrido faz 25 km/l, mas chega atrasado e já com data para mudar; teste


A Jaguar anunciou que, a partir de 2025, só venderá veículos elétricos. Até lá, para concentrar os esforços (e o dinheiro), a empresa decidiu que não vai lançar nenhum carro. Isso pode tornar a avaliação do F-Pace PHEV menos interessante. Mas sugiro a você que ainda feche esta página. Afinal, o primeiro carro híbrido plug-in dos britânicos merece uma chance.

Tudo bem que a Jaguar vacilou ao demorar dois anos para trazer essa versão para o Brasil. Na Europa, o SUV foi lançado em 2020 e acaba de receber melhorias no pacote de bateria — atualização que só vai pintar por aqui no segundo semestre. Até lá, o F-Pace PHEV é oferecido em versão única, R-Dynamic SE, que custa R$ 604.250. E, pasmem, o modelo é R$ 1.700 mais barato do que a opção que traz apenas motor a combustão, é menos potente e mais beberrona.

Quem gasta mais de R$ 600 mil em um carro pode até não estar preocupado com o consumo de combustível, mas as médias do F-Pace PHEV vão fazer até os mais pródigos abrirem um sorriso. Segundo o Inmetro, o SUV britânico é capaz de percorrer 19,8 km/l na cidade e 25,6 km/l na estrada — contrariando a lógica de outros híbridos, mais eficientes no ciclo urbano.

Ser mais barato, potente e econômico só faz a opção pela versão híbrida do Jaguar ser mais óbvia. O F-Pace PHEV combina o já conhecido motor quatro cilindros 2.0 turbo Ingenium (300 cv e 40,8 kgfm) com outro elétrico, que entrega 140 cv e 28 kgfm. Em conjunto, conseguem despejar nas quatro rodas 404 cv e 65,3 kgfm de torque, o que torna o modelo o mais veloz entre as versões “civis” — excluindo-se o SVR dessa comparação.

Para ir de 0 a 100 km/h são necessários apenas 5,3 segundos. A velocidade máxima é de 240 km/h. Porém, os números frios da ficha técnica mostram apenas uma parte do caráter do F-Pace. O SUV anda bem, como se espera de qualquer carro de 400 cv. Quando combinados, os motores garantem acelerações vigorosas e nenhuma dificuldade para fazer ultrapassagens.

Só que o modelo também não faz questão de esconder os quilinhos extras. Ele é, de fato, pesado — são 2.189 kg, para ser mais preciso —, mas não muito mais do que um Volvo XC60, do mesmo porte e com tecnologia parecida. Tecnologia essa que usa baterias de 17,1 kWh para alimentar o motor elétrico. Com ele, é possível rodar até 53 km. Na prática, entretanto, esse alcance fica na casa dos 40 km.

É possível, ainda, escolher como o carro vai usar cada tipo de propulsão. O padrão é chamado Hybrid, que alterna automaticamente os motores elétrico e a gasolina ou usa os dois de forma simultânea. No modo EV, a preferência é do propulsor a eletricidade. E o oposto acontece com o Save Mode, que privilegia o 2.0 turbo para preservar a autonomia. Porém, mesmo nesse modo, as arrancadas são feitas com o motor elétrico.

Uma peculiaridade do F-Pace é que o carregamento das baterias usando o combustível do motor a combustão só se dá em um modo muito específico: com o Save Mode acionado, rodando em velocidade acima de 110km/h e por pelo menos 90 minutos. Ou seja: quase nunca. O jeito mais fácil (e barato) é usar os pontos de recarga. O tempo, obviamente, varia conforme o aparelho. Nos caseiros, de 7 kW, leva 1h40 para ir de 0 a 80%. Já em um carregador rápido, de 32 kW, a espera é de apenas 30 minutos.

Quando o F-Pace está em movimento, o motorista pode acompanhar o fluxo de energia em tempo real na central multimídia de 11,4 polegadas. A superfície tátil é um dos destaques do SUV britânico. Além de a tela curva conferir um belíssimo efeito visual, a resolução e a sensibilidade ao toque ficam acima da média — mesmo considerando modelos de luxo. E o sistema Pivi Pro tem uma operação extremamente descomplicada.

Logo abaixo da central está o menu de ventilação. Há dois seletores redondos que agrupam as funções de temperatura e intensidade do vento. Os demais comandos são feitos por meio de superfícies sensíveis ao toque. A cabine, como é de se esperar em um carro de R$ 600 mil, tem acabamento exemplar. Todos os materiais são agradáveis ao toque e o desenho é contemporâneo — esse foi um dos focos da Jaguar na plástica de 2020.

A vida dos ocupantes fica ainda mais tranquila com a tecnologia introduzida nesse facelift de meio de geração: um sistema ativo de cancelamento de ruído, que monitora as vibrações da superfície externa e emite uma onda sonora oposta e equivalente necessária para remover esse ruído.

Do lado de fora, o SUV tem praticamente as mesmas linhas desde 2016, quando foi lançado como o primeiro utilitário esportivo dos britânicos. Faróis e lanternas afilados, linha de cintura elevada e traços elegantes fazem dele um dos mais belos do segmento. Mas (sempre há um mas), se você ficou interessado, recomendo que espere mais alguns meses para ir atrás de um F-Pace híbrido. Isso porque a Jaguar diz que a versão atualizada, cuja autonomia no modo elétrico alcança 65 km, chega ao Brasil no segundo semestre.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Fonte: direitonews

Anteriores Nacional à vista: equipes de robótica de SP se classificam para o festival
Próxima GP do Bahrein 2023: acompanhe o ao vivo do segundo treino da F1 em Sakhir