Israel recebe autorização para entrar na Faixa de Gaza


As Forças de Defesa de Israel (FDI) receberam autorização nesta quinta-feira (19) para atacar, por terra, a Faixa de Gaza, na Palestina, que tem sido palco de diversos bombardeios, intensificados desde 7 de outubro, quando o grupo Hamas atacou o território israelense e matou 1,4 mil civis.
O ministro da Economia de Israel, Nir Barkat, anunciou a decisão e revelou que o governo deu “sinal verde” para a destruição do Hamas. As tensões no Oriente Médio têm se intensificado, e o titular da pasta afirmou que a ação foi priorizada devido à situação de reféns e mortes de inocentes.
Soldados das Forças de Defesa de Israel em Hebron - Sputnik Brasil, 1920, 18.10.2023

A operação foi anunciada em resposta ao ataque de foguetes do Hamas, considerado sem precedentes, e marca um ponto crítico no conflito israelo-palestino, que tem desgastado a região por décadas. Desde 1948, são milhares de mortes na região, que tem sido tomada pelas forças israelenses.
Mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visitou uma divisão de soldados da Brigada Golani, das FDI, em ocupações militares perto das fronteiras do país com Gaza. Durante o encontro, o premiê afirmou aos combatentes que a nação, em confronto com o Hamas, iria “vencer, com o uso de toda a força“.
Aliado a isso, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse às tropas na fronteira com a Faixa de Gaza que a ordem para entrar no território controlado pelo Hamas poderia chegar em breve.
“Agora vocês enxergam Gaza de longe. Em breve, a verão por dentro. A ordem virá”, completou o oficial.
A confirmação não tardou a vir. Durante entrevista coletiva, respondendo um dos jornalistas da rede norte-americana ABC News, o ministro Nir Barkat declarou que as FDI receberam “sinal verde” para entrar em Gaza quando estivessem prontas.
Ainda perguntado sobre quando isso aconteceria, a questão foi mantida em segredo.

“O Exército tem “sinal verde”. Não vamos discutir os planos militares de Israel com a mídia, […] não é uma questão política. O governo de Israel tomou a decisão, deu a confirmação ao Exército e o disse: matem eles [Hamas] todos. De qual jeito ou modo isso será feito, será como acharmos que é certo. Não discutiremos os detalhes”, completou Barkat.

Além disso, o ministro confirmou que “as baixas de prisioneiros e de civis serão secundárias à destruição do Hamas”, mesmo que Israel leve “um ano” para completar o serviço militar.
Barkat acrescentou que Israel fará “todos os esforços para trazer os reféns [de volta] vivos”. Mas a “primeira e última prioridade”, disse, “é destruir o Hamas“.
Militantes palestinos disparam foguetes contra Israel a partir de Rafah, sul da Faixa de Gaza, em 11 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 18.10.2023

O braço militar do movimento palestino Hamas lançou há 12 dias a operação Dilúvio de Al-Aqsa, que atingiu zonas fronteiriças no sul de Israel.
Em resposta, o Exército israelense iniciou a operação Espadas de Ferro, assumindo o controle de colônias próximo à fronteira e realizando ataques aéreos, que inclusive atingiram alvos civis. Estima-se que mais de 3,7 mil palestinos morreram em tais ações.
Um bombardeio em um hospital matou aproximadamente 500 pessoas, mas teve sua autoria negada pelo premiê Benjamin Netanyahu. No entanto, o Ministério da Saúde da Palestina atribuiu ao Exército israelense a culpa pelas mortes.
Anteriormente Israel havia anunciado um bloqueio total a Gaza, suspendendo o fornecimento de água, alimentos, eletricidade, medicamentos e combustível à região.
A Embaixada russa em Israel reportou que durante a escalada 19 russos perderam a vida, dois foram feitos reféns e sete estão desaparecidos. Há relatos de cerca de 150 israelenses mantidos em cativeiro pelo Hamas, embora o movimento afirme que existem de 200 a 250 prisioneiros na Faixa de Gaza.
© AFP 2023 / Said KhatibReação de palestina após ataque aéreo israelense no campo de refugiados Rafah, na Faixa de Gaza

Reação de palestina após ataque aéreo israelense no campo de refugiados Rafah, na Faixa de Gaza - Sputnik Brasil, 1920, 19.10.2023

Reação de palestina após ataque aéreo israelense no campo de refugiados Rafah, na Faixa de Gaza
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia fez um apelo às partes envolvidas para cessarem as hostilidades, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, reforçou a importância da resolução da crise no Oriente Médio com base na solução de dois Estados, aprovada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Essa fórmula prevê a criação de um Estado palestino independente dentro das fronteiras de 1967, com sua capital em Jerusalém Oriental.
Israel, embora tenha declarado concordar com o princípio dos dois Estados, não cedeu completamente os territórios palestinos, alimentando assim a contínua tensão e conflitos na região.

Fonte: sputniknewsbrasil

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