No ano passado, depois da guerra que Israel lançou contra o Hamas, a UNRWA conseguiu angariar mais de US$ 32 milhões (R$ 179,73 milhões) para esforços humanitários, relata o diretor da agência, Philippe Lazzarini.
Segundo informações destacadas pela Wired, o governo israelense direciona os usuários para um site diferente, alegando que a agência da ONU não declarou se empregar membros do Hamas viola ou não sua neutralidade e que a agência não investiga suas instalações em busca de abusos cometidos por extremistas, algo que a agência rechaçou firmemente.
Quase ao mesmo tempo em que Mara Kronenfeld, diretora executiva da UNRWA, descobriu o anúncio, Israel acusou 12 funcionários da agência de terem participado no ataque do ano passado, em 7 de Outubro, executado pelo Hamas.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio emprega 30 mil pessoas no total, tornando-se o segundo maior empregador em Gaza, depois do Hamas.
Como resultado das acusações, vários países ocidentais suspenderam o financiamento à UNRWA. A ONU declarou no início de agosto que demitiu funcionários da agência depois que uma investigação interna descobriu que eles poderiam estar envolvidos no ataque.
Ao todo, a agência despediu 13 funcionários neste ano, incluindo nove que um órgão de supervisão determinou poderem estar envolvidos no ataque. Após a decisão, todos os países doadores, exceto os Estados Unidos, retomaram o financiamento à agência.
Entretanto, a reportagem conta que a UNRWA “exige independência dos interesses militares” e acrescenta que uma revisão externa encontrou “evidências de inspeções de instalações” e que as verificações são realizadas com frequência.
“Há uma campanha incrivelmente poderosa para desmantelar a UNRWA”, observou Kronenfeld. “Quero que o público saiba o que está a acontecer e a natureza insidiosa disto, especialmente num momento em que vidas civis estão sob ataque em Gaza”.
Lazzarini, por sua vez, publicou na rede social X que os anúncios difamatórios feitos por Israel continuam sendo utilizados como “arma de guerra“.
A reportagem destacou que vários ex-funcionários e atuais do Google falaram com a mídia norte-americana e afirmaram que esta campanha contra a UNRWA é apenas uma das várias campanhas publicitárias que Israel desenvolveu nos últimos meses que atraíram críticas tanto dentro como fora da empresa. No final de agosto, os anúncios difamatórios ainda estavam no Google, revelou outra reportagem.
De acordo com a Wired, entre maio e julho, quando os internautas pesquisaram 300 termos relacionados com a agência, os anúncios de Israel apareceram 44% das vezes, em comparação com os anúncios da própria UNRWA, que apareceram apenas 34% das vezes.
A UNRWA foi criada em 1949, apenas um ano após a Nakba (catástrofe) em que 750 mil palestinos foram forçados a abandonar as suas casas, criando uma crise de refugiados ainda não resolvida. Os apoiadores da agência alegaram que Israel não quer que a agência preserve o estatuto de refugiado dos palestinos, porque isso lhes daria uma melhor oportunidade de um dia recuperar as terras ocupadas.
A agência fornece cuidados de saúde, educação e ajuda humanitária aos palestinos em Gaza, na Cisjordânia, na Jordânia, na Síria e no Líbano.
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Fonte: sputniknewsbrasil