A informação foi divulgada pela organização israelense de direitos humanos Shalom Achshav (mais conhecida como Peace Now), que monitora a atividade de assentamentos israelenses na região.
Em 25 de junho, a Autoridade Israelense para Propriedade Estatal nos Territórios fez a declaração oficial sobre os 1.270 hectares, no Vale do Jordão.
A ação representa a maior porção de terra reconhecida como estatal desde os acordos de Oslo, na década de 1990. Até agora neste ano, Israel já declarou um total de 2.370 hectares na Cisjordânia como terras estatais.
A Shalom Achshav destacou que a prática de declarar terras como estatais é um dos principais métodos que o Estado de Israel utiliza para exercer controle sobre áreas nos territórios ocupados. A decisão de 25 de junho só foi publicada oficialmente hoje (3).
“Essas terras declaradas como estatais não são mais consideradas propriedade privada dos palestinos pelas autoridades israelenses. Além disso, Israel arrenda essas terras estatais exclusivamente aos israelenses”, afirmou a organização.
Uma parte significativa dos 1.270 hectares declarados como terra estatal foi previamente designada como reserva natural e zona de fogo para uso militar. A Shalom Achshav explicou que a declaração finaliza o processo de tomada israelense dessas terras.
A atividade de assentamentos israelenses na Cisjordânia é um dos principais problemas nas relações de Israel com a comunidade internacional e a Autoridade Palestina.
Tais ações são vistas como um obstáculo na busca pela paz com os palestinos, que percebem essa expansão como uma política de consolidação do Estado judeu nos territórios conquistados.
Os palestinos, como parte do processo de paz com Israel, atualmente suspenso, exigem que as futuras fronteiras entre os dois Estados soberanos sigam as linhas anteriores à Guerra dos Seis Dias (1967), com possíveis trocas de territórios.
Eles esperam criar um estado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com Jerusalém Oriental como capital. Israel, no entanto, se recusa a retornar às fronteiras de 1967 e a dividir Jerusalém, que já declarou como sua capital eterna e indivisível.
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Fonte: sputniknewsbrasil