Irã diz que Netanyahu ‘arrasta’ campanha de Biden e crédito dos EUA para o conflito em Gaza: ‘Fardo’


Nesta sexta-feira (15), o embaixador iraniano nas Nações Unidas, Amir Saeid Iravani, disse que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, corre o risco de prejudicar ainda mais a imagem e influência global de Washington, junto à sua própria campanha eleitoral, se não conseguisse pôr fim à guerra em curso de Israel na Faixa de Gaza.

“Israel não tem capacidade para empreender invasões sem o apoio inequívoco dos EUA. À medida que o conflito em Gaza persiste, o custo associado deste apoio aumenta exponencialmente. Surge uma conjuntura crítica em que os EUA devem considerar condicionar e restringir este apoio ou correm o risco de serem vítimas das ambições frustradas da liderança israelense”, disse o embaixador em entrevista à revista Newsweek.

Na visão de Iravani, “[Benjamin] Netanyahu vê o seu futuro político ligado à continuação da guerra em Gaza, enquanto Biden vê as suas perspectivas de reeleição ligadas ao fim das hostilidades. Este conflito de interesses torna-se cada vez mais incontrolável à medida que a guerra persiste, representando um desafio significativo”, afirmou.
O representante do Irã na ONU ainda acredita que Washington deve “realizar uma reavaliação abrangente da sua estratégia de segurança nacional em relação ao Oriente Médio”.
Em Baltimore, nos Estados Unidos, uma pessoa caminha em meio à neve perto de uma bandeira nacional, em 3 de janeiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 02.12.2023

Ele cita diversos conflitos como os que aconteceram no Iraque, Afeganistão e Síria, onde os EUA tiveram “custos materiais exorbitantes […], perda de milhares de vidas […], erosão da credibilidade do seu aparelho militar e de inteligência e, no final, culminou em um acordo no Afeganistão com o Talibã [organização sob sanções da ONU por atividade terrorista] que facilitou o seu regresso ao poder”, analisou.
“Os EUA encontram-se em uma posição precária, tendo testemunhado um declínio na sua influência […] recorrendo ao poder duro e ao reforço da presença militar como medida compensatória. No entanto, as bases militares norte-americanas na região contribuíram para agravar as questões regionais, em vez de servirem como solução.”
Por fim, Iravani considera ser “imperativo que o governo dos EUA chegue a uma conclusão estratégica sobre se a continuação das políticas erradas e já comprovadamente falhas se alinha com os seus interesses, ou se é necessário traçar um novo rumo. A decisão, em última análise, está em suas mãos“, complementou.
O presidente dos EUA, Joe Biden (centro-esquerda), faz pausa durante reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (centro-direita), em Tel Aviv, Israel, em 18 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 19.10.2023

Na terça-feira (12), ao perceber que está sendo “arrastado” para o conflito, Biden mudou um pouco sua retórica e pela primeira vez pressionou Netanyahu publicamente ao dizer que “Israel precisa mudar seu governo” ou acabaria por “perder apoio global”. No entanto, na quarta-feira (13), a chancelaria israelense disse que continuaria sua campanha em Gaza “com ou sem apoio internacional”, conforme noticiado.

Fonte: sputniknewsbrasil

Anteriores Com condições climáticas favoráveis à cultura, plantio do algodão acelera na Bahia
Próxima Suinocultura Independente: virada de quinzena vem com altas nos preços do animal nas principais praças produtoras