Numa progressão deflacionária acentuada, o IPC-S fechou a terceira quadrissemana de junho em queda de 0,24%, após recuar 0,17% na anterior e ter variação zero, na primeira quadrissemana do mês. Ainda assim, o índice acumula alta de 2,08% em 12 meses. A informação foi divulgada, nesta sexta-feira (23), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Das oito classes de despesas que integram o indicador, cinco apresentaram recuo, com destaque para o grupo Habitação (0,64% para 0,38%) – sob influência do gás de botijão (-1,60% para -2,94%); Transportes (-1,43% para -1,65%), ‘puxado’ pela variação automóvel novo (-2,00% para -3,83%); Saúde e Cuidados Pessoais (0,51% para 0,36%), em decorrência do declínio do item ‘plano e seguro de saúde’ (1,02% para 0,71%); Alimentação (-0,18% para -0,32%), influenciado pelo arroz e feijão (-0,16% para -1,13%), e Despesas Diversas (0,49% para 0,28%), impactado pelo jogo lotérico (5,26% para 2,54%).
Também no polo negativo se encontram a gasolina (-3,36% para -2,85%) e etanol (-6,72% para -7,48%); tarifa de eletricidade residencial (1,49% para 1,39%); taxa de água e esgoto residencial (2,63% para 1,78%) e condomínio residencial (0,96% para 0,51%).
Na tendência contrária, avançaram os grupos Educação, Leitura e Recreação (-1,20% para -0,33%) – influenciado pela passagem aérea (-7,83% para -2,45%) – e Comunicação (-0,01% para 0,14%), alavancado pela tarifa de telefone móvel (-0,07% para 0,21%). Outro destaque, neste campo, é a alta de 0,35% observada no grupo Vestuário, como na segunda leitura do mês, sob influência do avanço das roupas masculinas (0,41% para 0,75%) e da redução dos calçados infantis (3,01% para 2,44%).
Considerando a avaliação por classes de despesas, o resultado é pouco distinto do verificado na segunda prévia do IPC-S deste mês (saldo acumulado de 2,15% em 12 meses), quando seis das oito pesquisadas pela Fundação apresentaram decréscimo de variação percentual, com destaque para o comportamento do grupo Transportes (-0,79% para -1,43%), puxado por automóvel novo (0,23% para -2,00%).
Na ocasião, igualmente declinantes foram os grupos Alimentação (0,11% para -0,18%), Habitação (0,89% para 0,64%), Despesas Diversas (0,76% para 0,49%), Vestuário (0,40% para 0,35%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,55% para 0,51%). No caso da Alimentação, vale destacar o comportamento do item hortaliças e legumes (-0,54% para -2,41%).
A exemplo de outros indicadores de inflação, o IPC-S reflete, de forma contundente, o efeito da manutenção, em patamar elevado (13,75% ao ano), da taxa básica de juros (Selic) sobre os preços da economia.
Fonte: capitalist