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A investigação preliminar do acidente do voo 171 da Air India, ocorrido em 12 de junho, revelou que ambos os motores da aeronave deixaram de receber combustível pouco após a decolagem, levando à perda de empuxo e consequente queda do avião. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (11) pela Autoridade Investigadora de Acidentes Aéreos da Índia, conforme reportagem do jornal The Washington Post.
O relatório indica que os interruptores que controlam o fornecimento de combustível para os dois motores foram colocados na posição de corte logo no início do voo, causando a paralisação dos motores. Posteriormente, os dispositivos foram acionados para a posição de funcionamento, procedimento padrão para tentativa de reinício dos motores em voo. No entanto, os pilotos demonstraram confusão, conforme registros de áudio da cabine, com um deles questionando o outro sobre o motivo de o combustível ter sido cortado, e o segundo negando ter feito o acionamento.
Especialistas consultados destacam que esses interruptores possuem mecanismos de proteção para evitar movimentos acidentais e que seria improvável que ambos tenham sido acionados inadvertidamente, principalmente com um intervalo de apenas um segundo entre eles. Segundo Jeff Guzzetti, ex-diretor da Divisão de Investigação de Acidentes da Administração Federal de Aviação dos EUA, não se pode descartar a possibilidade de ação intencional, o que inclui investigação sobre a conduta dos pilotos.
O Boeing 787 partiu do aeroporto de Ahmedabad, na Índia, com destino a Londres, mas poucos segundos após a decolagem apresentou falha nos motores, deixando o avião sem capacidade de ascensão. Após o acidente, a aeronave colidiu contra um dormitório de faculdade de medicina, causando uma grande explosão. Das 242 pessoas a bordo, apenas uma sobreviveu; além disso, 19 pessoas em solo também morreram.
O relatório preliminar destaca que o trem de pouso permaneceu estendido e que o avião ativou um dispositivo de emergência conhecido como turbina de ar de aríete (RAT), que fornece energia emergencial quando há falha dos motores. Este fato sugere a ocorrência de uma falha dupla nos motores, uma situação considerada rara.
As caixas-pretas do avião, contendo gravações da cabine e dados técnicos, foram recuperadas e estão sendo analisadas em laboratório especializado em Delhi desde 24 de junho. A conclusão final da investigação ainda deve levar cerca de um ano, conforme as autoridades indianas.
Este foi o primeiro acidente envolvendo o Boeing 787, um modelo de aeronave com histórico de segurança positivo desde sua entrada em operação em 2011. Após o acidente, as autoridades indianas iniciaram uma revisão rigorosa das práticas de manutenção das companhias aéreas locais, identificando falhas em procedimentos e condições inseguras, mas sem encontrar riscos generalizados para a frota da Air India.
O relatório não faz recomendações específicas para a Boeing ou para a fabricante dos motores, General Electric, e reforça que a investigação está em andamento, com apoio de uma equipe dos Estados Unidos liderada pela Junta Nacional de Segurança no Transporte (NTSB).
Especialistas internacionais têm alertado para a importância da transparência nas investigações para evitar desinformação e garantir que lições de segurança sejam aprendidas globalmente.
Jeff Guzzetti resumiu a situação: “Este relatório preliminar responde algumas perguntas, mas levanta muitas outras.”
Fonte: gazetabrasil