O avanço das metas geoestratégicas da China entre as nações do Pacífico deve ser considerado motivo de preocupação – mas não de alarme – para Washington, de acordo com o relatório divulgado na terça-feira (20) pelo Instituto para a Paz dos Estados Unidos, cujos coautores incluem antigos altos funcionários militares.
O documento sugere que, para conter a crescente influência da China na região, os EUA devem reforçar o apoio aos países insulares do Pacífico Norte, onde têm laços históricos mais fortes.
“Autoridades chinesas não declararam publicamente que a região das ilhas do Pacífico é uma área de interesse estratégico elevado, mas são claros os benefícios para Pequim de maior envolvimento com a região”, lê-se no relatório.
“Talvez em maior extensão do que qualquer outra área geográfica, as ilhas do Pacífico oferecem à China uma oportunidade de baixo investimento e alta recompensa para obter vitórias simbólicas, estratégicas e táticas na busca de [execução] da sua agenda global”, acrescenta o documento.
As Ilhas Marshall, os Estados Federados da Micronésia e Palau são nações soberanas conhecidas como Estados Livremente Associados (FAS, na sigla em inglês) que assinaram pactos no final da década de 1980, dando aos EUA responsabilidades de defesa, escreve Reuters.
Os pactos, que expiram em 2023 e 2024, estão sendo renegociados, e o relatório alerta que esses países podem buscar financiamento na China se as negociações fracassarem.
Se Pequim tiver sucesso em atrair um dos países dos FAS para sua esfera de influência, “isso colocaria em perigo as capacidades militares dos EUA em uma área de comando geográfico estrategicamente vital e abriria a porta para uma reorganização mais ampla da arquitetura regional com implicações muito além da região do Pacífico”, enfatiza relatório.