Inteligência artificial ajuda você a não cair em golpes antes de comprar um carro usado


Comprar um carro usado exige muito cuidado para não cair em golpes. A vistoria veicular é um dos processos mais importantes para saber se o automóvel está em boas condições de conservação, manutenção e originalidade. E a inteligência artificial está auxiliando no combate das fraudes durante essa vistoria.

Essa etapa não é apenas um cuidado que se deve ter com o carro, mas também uma obrigatoriedade em caso de venda (o laudo é necessário para transferir um automóvel), mudança de categoria, reparo de média ou grande monta e quando seu registro muda de cidade.

Veja também

Este procedimento deve ser feito antes de finalizar a compra com o atual proprietário. Isso porque, com o documento, o comprador tem uma garantia de que o veículo é exatamente o que o vendedor alegou ser, já que a vistoria fornece todas as informações resultantes da análise, além de fotografias. E a tecnologia está cada vez mais presente neste processo.

Para o presidente da Associação Nacional dos Detrans, Jonielson Oliveira, a inteligência artificial operada por servidores qualificados tem como objetivo garantir celeridade e segurança ao serviço prestado.

“Essas tecnologias já deixaram de ser tendência e passaram ser realidade, todas elas estão sendo implementadas diretamente pelos Detrans através de equipamentos e softwares com inteligência artificial, que são capazes de identificar e prevenir falhas humanas e até mesmo atos ilícitos, gerando maior segurança do serviço”, diz.

Carros irregulares, clonados e roubados podem ser aprovados em vistorias, pois os criminosos conseguem deixar o veículo bem fiel às suas características originais.

Com a implantação de técnicas de validação utilizando inteligência artificial, estes processos ficam mais seguros e diminuem a chance de erros e de que o comprador caia em algum golpe. É importante dizer que não existe nenhuma lei no Código de Trânsito Brasileiro que obrigue o Detran a criar um sistema de inteligência artificial ou qualquer outro tipo de tecnologia. O órgão tem autonomia para criar o procedimento que achar mais seguro e fechar parcerias com empresas que ofereçam o serviço desejado.

Um estado que vem investindo em recursos utilizando inteligência artificial é o Mato Grosso. O sistema de vistoria no estado era feito com laudos no papel e exclusivamente pelo Detran. Não existiam empresas credenciadas para o serviço. Porém, desde o início deste ano, o estado faz parcerias com empresas credenciadas para digitalizar e implementar tecnologias que evite fraudes.

O novo sistema captura a imagem do número de chassi e motor gravados na peça, por exemplo. A tecnologia permite identificar se houve adulteração e o grau de originalidade estampado.

Por meio do escaneamento da peça, feito por um celular, o sistema cruza o número encontrado no registro eletrônico do veículo com o número capturado pela imagem para saber se há alguma divergência. O sistema busca indícios de remarcações e compara os formatos de cada letra ou número, identificando se os formatos alfanuméricos estão de acordo com o padrão de gravação utilizado pelas fabricantes.

Esse sistema utiliza a tecnologia OCR, Optical Character Recognition (em português, Reconhecimento Óptico de Caracteres), que reconhece caracteres para ter um formato de texto legível. Neste caso, o criminoso pode ter tentado alternar algum número ou letra de identificação, ou mesmo deixar mais apagado para torná-lo menos legível. O sistema consegue reconhecer se há adulteração analisando esses caracteres alfanuméricos e comparando com os registrados nas bases oficiais.

O OCR basicamente consegue identificar fraudes e prevenção contra as tentativas de adulteração em chassi, motor, placa, hodômetro ou qualquer sinal identificador do veículo. Além disso, também faz leitura do QR code das placas e cruza com a base de dados do Detran para saber se não há qualquer tipo de clonagem. Em caso de qualquer divergência o veículo é reprovado no laudo de vistoria.

Com relação ao uso da tecnologia para leitura de QR code de placas, além do Mato Grosso, os estados de Alagoas, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Bahia já implementaram a solução, de acordo com a Associação Nacional do Detrans.

“Quando o Detran aprova uma vistoria inconsistente, em um veículo irregular, ele coloca em risco toda uma sociedade, pedestres, motoristas e passageiros, por isso é preciso garantir que esse serviço seja feito de forma adequada e a tecnologia vem para auxiliar nesse processo de segurança, uma vez que ela coíbe as principais fraudes”, afirma o diretor de Veículos do Detran-MT, Alessandro de Andrade.

O estado o Espírito Santo também investe em inteligência artificial para tentar minimizar fraudes na hora da vistoria. E outros Detrans, como o de São Paulo, investem em tecnologias para digitalizar serviços.

“Focado no aperfeiçoamento dos serviços, a autarquia conta com o apoio da Secretaria de Gestão e Governo Digital na adoção de tecnologias de ponta e ferramentas de inteligência artificial. Atualmente, mais de 70 serviços online da autarquia estão disponíveis”, afirma o Detran-SP.

A tendência é de que cada vez mais serviços usem a tecnologia para agilizar o tempo de duração e o combate a fraudes. É bom se acostumar, porque a inteligência artificial vai fazer cada vez mais parte da sua vida. E que seja para cair cada vez menos em golpes.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Fonte: direitonews

Anteriores Barroso manda refazer dosimetria de condenada por 108g de maconha
Próxima Candidatos à vaga de Conselheiro Tutelar já podem pedir votos