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Rondônia registrou 7.282 focos de incêndio entre janeiro e 5 de setembro de 2024, conforme dados do “Programa Queimadas” do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o maior número de focos registrado no estado nos últimos 14 anos.
Em comparação com o mesmo período de 2023, houve um aumento de 169%, já que no ano passado foram contabilizados 2.704 focos.
O aumento das queimadas ocorre em um contexto de extrema estiagem e seca. Pela primeira vez desde que o monitoramento começou em 1967, o nível do rio Madeira ficou abaixo de um metro.
A capital do estado, Porto Velho, enfrenta mais de três meses sem chuvas significativas, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A última vez que Rondônia apresentou uma quantidade tão alta de focos entre janeiro e setembro foi em 2010, com 7.293 focos registrados, uma diferença mínima em relação aos números atuais.
De acordo com o Inpe, um foco de incêndio precisa ter pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura para ser detectado por satélites de órbita, e o dobro desse tamanho para satélites geoestacionários.
O mês de agosto de 2024 concentrou 68% dos focos de queimadas do ano, totalizando 4.525 ocorrências, o que representa um aumento de 163% em relação aos 1.715 focos registrados em agosto de 2023.
Porto Velho é o município mais afetado, com 2.337 focos, correspondendo a 32% do total no estado.
No cenário nacional, Rondônia ocupa a sétima posição entre os estados com maior número de focos de queimadas em 2024, com a maioria dos estados mais afetados localizados na região Norte.
A combinação de seca e queimadas intensas contribui para que Porto Velho e outras cidades de Rondônia apresentem alguns dos piores índices de qualidade do ar do país. Dados da plataforma suíça de monitoramento do ar IQAir mostram que a concentração de PM2,5 em Porto Velho é 31,2 vezes maior do que o valor anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Há mais de um mês, Rondônia está encoberta por fumaça. O céu azul, mencionado no hino do estado, foi substituído por uma névoa cinza devido às queimadas na Amazônia, impactando diretamente as paisagens locais.
Fonte: gazetabrasil