Algo no Islã associa a religião ao terrorismo?
“Não há nada em relação ao Islã que reverbere ou que legitime, tanto no sentido conotativo ou no sentido denotativo, ou seja, metáforas, ou tanto no sentido de dicionário, que leve ou que produza o imaginário, uma associação com práticas terroristas ou uma cultura de insegurança, risco, medo, terror, qualquer coisa nesse sentido. Não há nada”, garante Santos.
“Qualquer grupo de resistência em países muçulmanos a ocupações estrangeiras é chamado na mídia ocidental de terrorismo. […] Eu não posso chamar Zelensky de o terrorista mais rico do mundo, ou o Benjamin Netanyahu de o terrorista mais assassino do mundo porque eles são líderes de países legitimados”, comenta.
O terrorismo é sempre do outro
“George W. Bush falou que Deus mandou ele invadir o Iraque. Falou que sua invasão, o morticínio de mais de 1 milhão de pessoas foi mandado por Deus. Se Osama bin Laden é um terrorista por matar um número infinitamente menor de pessoas sob alegados subterfúgios divinos, por que George W. Bush não? Porque ele é branco, não tem barba e usava terno quando fazia seus pronunciamentos? Mas e as milhares de pessoas mortas? E os dispositivos explosivos e as torturas em Abu Ghraib?”, rebate o pesquisador.
“É importante que se diga que o terrorismo transnacional é uma forma de construção ou de produção de um inimigo. Você precisa ter um inimigo para justificar as suas ações, as guerras, os conflitos armados. Alguém ganha com um conflito armado.”
Fonte: sputniknewsbrasil