Inflação ianque contida e dólar em queda ‘promovem’ recuo de juros futuros


A avanço, sem sustos, do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês), e a consequente queda do dólar e estabilidade dos rendimentos dos Treasuries (papéis do Tesouro dos EUA) contribuíram para que os juros futuros fechassem a sessão desta quarta-feira (13) em baixa moderada, em meio à expectativa do mercado de que o Federal Reserve (bc ianque) não deve elevar mais os juros este ano.

No front interno, não houve notícias que exercessem maior impacto nas taxas, a não ser o fato de que a elevação de 0,23% do IPCA, em agosto último, aumentou as apostas de que o próximo corte dos juros básicos (Selic) pelo Banco Central (BC) possa ser ampliado de meio ponto percentual anterior, para 0,75 ponto percentual (p.p.).

Diante das variáveis mencionadas, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 recuou de 10,412%, no ajuste de ontem (12), para 10,380%; a do DI para janeiro de 2026 ‘encolheu’ de 10,04% para 10,01%; a do DI para janeiro de 2027, baixou de 10,29% para 10,24%, e a do DI para janeiro de 2029 desceu de 10,83% para 10,80%.

Um dia após o anúncio de uma alta contida do IPCA (o índice oficial de inflação tupiniquim), as atenções dos investidores foram direcionadas ao indicador inflacionário ianque, em que o CPI cheio mostrou crescimento de 0,6% em agosto, ante julho, e de 3,6% em 12 meses. Para a expansão do mês passado, a maior contribuição coube à gasolina, que subiu 10,6%, no mesmo comparativo mensal, sendo responsável por mais da metade do resultado geral.

No que se refere à política monetária ianque, a maior parte das apostas convergia para a manutenção dos fed funds no intervalo entre 5,25% e 5,5%, até o final deste ano. Para o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, “o alívio vem lá de fora. Dada a grande expectativa com o CPI, há um ‘catch up’ dos ativos de risco e os DIs seguiram os Treasuries, mas é difícil explicar por que os juros dos Treasuries estão fechando”, ao comentar que o cenário de inflação apresentado pelo CPI não seria motivo para que as taxas das T-Notes fossem reduzidas.

No fim da tarde de hoje (13), o retorno do papel do Tesouro ianque, com vencimento em dez anos, operava abaixo do patamar de 4,25%, ao passo que a taxa do título de dois anos não superara 5%. Ao mesmo tempo, em que pese o ‘bom comportamento’ dos Treasuries, o dólar acusou baixa de 0,72% a R$ 4,9173 no fechamento do dia.

Fonte: capitalist

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