Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, projetou que a inflação deve permanecer acima do teto da meta até junho deste ano, alinhando-se com as previsões do Banco Central (BC). Em entrevista ao canal GloboNews na noite de quinta-feira (5), Haddad destacou que, embora a inflação ultrapasse o limite estipulado, já se observa uma tendência de convergência para a meta no “horizonte relevante”, termo utilizado pelo mercado financeiro para se referir ao período considerado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para decisões sobre a taxa Selic.
Em sua última reunião, o Copom elevou a taxa de juros em 1 ponto percentual, alcançando 13,25% ao ano, e indicou que a inflação seguirá acima da meta até o terceiro trimestre de 2025, quando deverá ser de 4%. O BC projeta também uma inflação de 5,2% para o ano de 2025. Haddad reconheceu que os efeitos da alta nos juros demoram para se refletir de forma plena, o que deve acontecer apenas na metade de 2025.
“O ajuste precisa ser muito calibrado para garantir que a inflação esteja sob controle sem causar danos fiscais e na atividade econômica”, afirmou o ministro, ao comentar o impacto das taxas de juros elevadas. Haddad também ressaltou que, embora o governo não interfira na gestão do BC sob a liderança de Gabriel Galípolo, espera que a política monetária seja bem conduzida, o que poderia resultar em “surpresas positivas”.
Desde dezembro de 2024, o Banco Central tem elevado a taxa básica de juros, com o aumento mais recente ocorrendo na última semana, e há expectativa de mais um ajuste em março. O ministro defendeu que o impacto dessas medidas ainda está em processo de materialização, com expectativa de uma estabilização dos preços até o meio do ano.
Além disso, Haddad abordou a necessidade de revisar as despesas do governo e os gastos tributários, algo que, segundo ele, é extenuante, mas fundamental para a saúde fiscal do país. O ministro se mostrou confiante de que as principais questões legislativas do Ministério da Fazenda estarão resolvidas ainda em 2025.
Em relação ao câmbio, Haddad comentou sobre a polêmica declaração que fez em janeiro, afirmando que um dólar acima de R$ 5,70 estava “caro”. Embora tenha se arrependido da fala, o ministro justificou dizendo que se tratou de um comentário no calor do momento, reiterando que a responsabilidade do governo é manter o equilíbrio macroeconômico. Para ele, o câmbio flutuante deve servir para acomodar choques externos, e o dólar naquele patamar estava descolado dos fundamentos da economia brasileira.
Fonte: gazetabrasil