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A indústria brasileira apresentou uma forte contração em agosto, influenciada pela política tarifária dos Estados Unidos e pela política monetária restritiva no país, registrando a piora mais intensa nas condições operacionais em cerca de dois anos, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (1º) pelo setor privado.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria, compilado pela S&P Global, caiu para 47,7 em agosto, ante 48,2 em julho, atingindo o nível mais baixo desde junho de 2023 e marcando o quarto mês consecutivo abaixo de 50, ponto que separa crescimento de contração.
Segundo Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, “vários participantes da pesquisa PMI indicaram que pedidos previamente acordados foram suspensos”, refletindo o impacto das tarifas aplicadas pelos EUA.
No início de agosto, entraram em vigor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros que representam cerca de 36% das exportações para os Estados Unidos, incluindo carne, café, frutas e calçados. Além disso, uma parcela de quase 20% das exportações brasileiras sofreu tarifas globais de 25% a 50%.
A pesquisa indica que a entrada de novas encomendas caiu no ritmo mais rápido em mais de dois anos, com redução de pedidos tanto do mercado interno quanto externo, afetando também os novos contratos com Europa e América do Sul, que compensaram parcialmente a queda nos EUA.
A produção industrial recuou pelo quarto mês seguido, e o mercado de trabalho sofreu cortes de vagas, com o ritmo de queda no emprego sendo o mais forte desde abril de 2023. Por outro lado, a taxa de inflação de insumos caiu para o menor nível em 17 meses, com aumento marginal nos preços cobrados, o menor desde março de 2024.
Apesar da deterioração das condições do setor, empresas seguem otimistas em relação ao futuro, apoiadas por diversificação, aquisição de maquinário, investimentos em tecnologia e expectativa de recuperação da demanda.
Fonte: gazetabrasil