Mercado em crescimento e incentivos à eletrificação parecem ter motivado a indústria automotiva brasileira em 2023. Ao todo, as fabricantes já anunciaram R$ 15,2 bilhões de investimentos em ciclos que começaram neste ano para o desenvolvimento de novos produtos e instalações de fábricas.
Outras companhias já haviam prometido aportes em anos anteriores que estão valendo para 2023 e 2024. É o caso da GWM, que prometeu R$ 10 bilhões no ano passado para a instalação de sua produção em Iracemápolis, no interior de São Paulo.
Em 2023 foi a vez de outra chinesa, a BYD, que anunciou R$ 3 bilhões para a instalação de um parque industrial em Camaçari, na Bahia, onde antes era a linha de produção da Ford. A empresa vai fabricar carros híbridos e elétricos, além de ônibus e caminhões. Haverá também um centro de pesquisa e desenvolvimento local para a criação de um híbrido flex.
O mesmo valor foi anunciado pela Caoa Chery para um ciclo de cinco anos. O investimento será feito na fábrica de Anápolis, onde devem ser contratados 800 novos funcionários para fabricar Tiggo 5X, Tiggo 7 e Tiggo 8. Segundo a Caoa, a expectativa é aumentar o volume de fabricação do Tiggo 5X Sport em 150%. A implementação de novas tecnologias e eletrificação também faz parte dos planos.
A Nissan prometeu R$ 2,8 bilhões de investimento até 2025 em sua fábrica de Resende (RJ). Na unidade será feita a nova geração do Kicks e um SUV inédito, além de um novo motor turbo. A marca quer também transformar a fábrica em um polo de exportação. Os carros feitos no Rio de Janeiro serão vendidos para mais de 20 países.
O anúncio mais recente foi o da Renault, no valor de R$ 2 bilhões. Com esse dinheiro aplicado na fábrica de São José dos Pinhais (PR), a marca quer fazer um SUV inédito acima do Duster e do Kardian.
Também faz parte dos planos da empresa a nacionalização do motor 1.3 turbo que hoje equipa Duster e Oroch e é importado da Espanha. Para isso, a Horse, subsidiária da marca para fornecimento de propulsores, vai investir mais R$ 100 milhões.
A Stellantis, grupo automotivo que tem as marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram ainda parece tímida nos anúncios (leia mais abaixo). Em 2023, a empresa confirmou um aporte de R$ 2,5 bilhões na fábrica de Porto Real (RJ), de onde saem os Citroën C3 e C3 Aircross. Os recursos serão aplicados até 2025 e usados para o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias.
O menor valor, mas não menos importante, foi o prometido pela Toyota. O valor de R$ 1,7 bilhão será usado na fabricação do Yaris Cross híbrido na fábrica de Sorocaba. A produção começa em dezembro do ano que vem.
A implementação da linha de produção do novo compacto vai gerar 700 empregos diretos nas fábricas da Toyota no interior de São Paulo, sendo 500 em Sorocaba e 200 em Porto Feliz.
Além do investimento no novo produto, a Toyota anunciou em junho um aporte de R$ 160 milhões em Sorocaba para a construção de um Centro de Distribuição de Peças e Acessórios. O armazém terá 55 mil m² e vai abastecer as concessionárias brasileiras e mais 20 países nas Américas e no Caribe.
E falta menos de um mês para acabar o ano, mas podemos ter surpresas. A Stellantis, dona de marcas como Fiat, Jeep, Ram, Peugeot e Citroën, deve anunciar em breve um investimento recorde na indústria brasileira.
Não dá para afirmar que o anúncio será neste ano ou somente em 2024, mas o compromisso foi firmado pelo chefe financeiro do grupo, Carlos Kitagawa. Segundo ele, o aporte será destinado à fabricação de carros sobre a nova plataforma Bio Hybrid eletrificada.
Já a Volkswagen não confirma oficialmente, mas segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, um acordo foi fechado para estender os investimentos na fábrica pelos próximos cinco anos. O investimento seria necessário para que a produção de dois carros híbridos começassem a partir de 2027 na fábrica da Anchieta, localizada em São Bernardo do Campo (SP).
Veja abaixo todos os investimentos anunciados pela indústria automotiva em 2023:
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Fonte: direitonews