Indígenas reagem à cassação de Edelo Ferrari e repudiam acusação de venda de votos


Da Redação

A Bronca Popular

Representantes de quatro etnias indígenas, incluindo os Enawene-Nawe, realizaram um protesto pacífico na tarde desta sexta-feira (04), em frente ao Fórum Civil de Brasnorte.

A mobilização foi uma resposta à decisão do juiz Romeu da Cunha Gomes, da 56ª Zona Eleitoral, que cassou o mandato do prefeito Edelo Ferrari (União Brasil) sob a acusação de captação ilícita de sufrágio — compra de votos — nas comunidades indígenas durante as eleições de 2020.

Com os rostos pintados e palavras de ordem em defesa de sua dignidade, diversas lideranças indígenas repudiaram a sentença judicial e exigiram respeito. A acusação de que venderam votos revoltou os manifestantes.

“Estamos protestando porque cassaram o prefeito que atende nossas aldeias com carinho e respeito. Em outros tempos, a gente protestava para ser ouvido. Agora, protestamos porque fomos ouvidos e isso virou crime?”, desabafou um cacique em vídeo que circula nas redes sociais.

Na nossa aldeia, ninguém vendeu voto. Votamos no Edelo porque ele fez por nós. Porque ele mostrou compromisso. Isso não é compra, é reconhecimento

O mesmo líder deixou claro: “Na nossa aldeia, ninguém vendeu voto. Votamos no Edelo porque ele fez por nós. Porque ele mostrou compromisso. Isso não é compra, é reconhecimento.”

Segundo os manifestantes, ao contrário de gestões anteriores, Edelo Ferrari mantém diálogo com as aldeias, criou a secretaria indígena, melhorou estradas vicinais, ampliou o acesso à saúde e garantiu assistência social às famílias. “Hoje temos voz, temos acesso ao prefeito, somos tratados com dignidade. Isso nunca aconteceu antes”, afirmou outra liderança.

Os indígenas também alertaram sobre o preconceito velado por trás da acusação. “Dizer que fomos comprados é nos chamar de ignorantes e mercenários. Não somos isso. Somos cidadãos brasileiros, com direito ao voto livre. Escolhemos Edelo porque ele nos representa.”

A manifestação, pacífica e marcada por cantos e falas emocionadas, teve como objetivo não apenas defender o prefeito cassado, mas também exigir respeito à autonomia política e à cidadania dos povos originários.

Para os povos indígenas de Brasnorte, a decisão judicial generaliza e criminaliza injustamente comunidades inteiras que apenas exerceram seu direito democrático de votar — por gratidão, por reconhecimento, por consciência. “Nosso voto não foi vendido. Foi um voto de confiança”, concluiu um dos caciques.

Fonte: abroncapopular

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