O índice de preços CEAGESP encerrou o mês de janeiro com variação de -5,52% ante uma variação de -3,26% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o índice apresentou variação de -0,31% e, com o resultado obtido, encerrou o período apresentando um acumulado de -5,52% no ano e 3,66% em 12 meses.
Neste contexto, o destaque ficou com o setor de Frutas, que apresentou a maior variação negativa de preços entre todos os setores analisados. O clima em 2025 será regido por La Niña e os institutos de meteorologia afirmam que tal fenômeno já está em atividade no país. Ao longo do período, as instabilidades climáticas trouxeram grandes volumes de chuva.
Setorização
O setor de FRUTAS variou -10,60% ante uma variação de -5,08% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de -4,83%. Com o resultado obtido, o setor encerrou o mês com um acumulado de -10,60% no ano e de 9,93% em 12 meses. Dos 48 itens cotados nesta cesta de produtos, 65% apresentaram redução de preço. As principais reduções ocorreram nos preços de ABACATE GEADA (-58,14%), MARACUJÁ DOCE (-50,73%), PITAIA (-48,74%), LIMÃO TAITI (-34,65%) e MARACUJÁ AZEDO (-29,25%). As principais altas ocorreram nos preços de COCO VERDE (+34,95%), LARANJA LIMA (+31,99%), MANGA TOMMY ATKINS (+13,51%), MANGA PALMER (+12,89%) e MELANCIA (+7,95%).
As frutas de épocativeram participação importante para a redução de preços no setor. Depois de apresentar forte período de valorização devido às intempéries climáticas e, consequentemente, à quebra de safra, o abacate apresentou forte redução de preço no mercado atacadista. A variedade Geada encerrou o período ao preço médio de R$ 4,75/kg. Outros destaques foram a pitaia e o limão taiti. Frutas típicas dessa época do ano, ambos os produtos fecharam o mês com fortes reduções de preço. A pitaia encerrou o período ao preço médio de R$ 9,76/kg enquanto o limão taiti fechou a R$ 2,34/kg. A tendência é que os preços desses produtos continuem apresentando reduções no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) ao longo do período de safra, mantendo-se tudo o mais constante.
O maracujá azedo é uma fruta que vem passando por um período de readequação de preço, depois de enfrentar um longo período de alta no ETSP. Embora janeiro, historicamente, não seja um período de oferta acima da média, os preços desse item encerraram o período apresentando reduções. Desta forma, o produto encerrou o período cotado a R$ 6,02/kg, contra os R$ 12,74/kg registrados nessa mesma época do ano passado.
O verão tem estimulado a procura por frutas mais refrescantes e, com isso, os preços desses produtos tendem a se valorizar no mercado do ETSP. Entre os produtos que apresentaram alta de preço no encerramento do período, temos o coco verde fechando a R$ 3,61/unidade, a laranja lima a R$ 6,26/kg, a manga Tommy Atkins a R$ 3,13/kg, a manga Palmer a R$ 2,88/kg e a melancia a R$ 1,92/kg.
O setor de LEGUMES variou 4,25% ante uma variação de 5,52% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 4,06%. Com o resultado obtido, o setor encerrou o mês com um acumulado de 4,25% no ano e de -16,47% em 12 meses. Dos 32 itens cotados nesta cesta de produtos, 53% apresentaram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de CHUCHU (+70,40%), TOMATE SWEET GRAPE (+59,99%), PEPINO CAIPIRA (+59,74%), PEPINO JAPONÊS (+35,25%) e ABOBRINHA ITALIANA (+34,81%). As principais reduções ocorreram nos preços de PIMENTÃO AMARELO (-35,20%), PIMENTÃO VERMELHO (-26,43%), VAGEM MACARRÃO (-25,32%), PIMENTÃO VERDE (-23,22%) e ABÓBORA SECA (-17,63%).
As chuvas ocorridas no período prejudicaram a produção, principalmente, da abobrinha italiana. Nesta época do ano, mais de 99% da produção tem como origem os estados de Minas Gerais (53,8%) e São Paulo (45,2%), regiões bastante atingidas pelas chuvas. Com isso, o ETSP registrou 34,5% de queda na oferta do produto, que encerrou o período custando R$ 3,01/kg. Em 12 meses, a abobrinha italiana apresentou variação de preço de +85,9%.
Os principais fatores que fizeram o preço do chuchu disparar no mercado atacadista do ETSP foram: alta pressão de demanda; fim da safra do Espírito Santo e atraso na safra de São Paulo; e o processo de recuperação de preços. Comerciantes na CEAGESP explicam que o produto está sendo enviado para regiões do interior de São Paulo (SP) e para região Sul do país. Normalmente, nesta época do ano, essas regiões são abastecidas pela safra oriunda do Espírito Santo (ES). Entretanto, o fim da safra capixaba e o atraso no início da safra paulista acabaram pressionando os preços, já que o ETSP é um dos poucos mercados que têm o produto em quantidade e qualidade para atender ao suprimento dessa demanda de outros estados. Além disso, o produto passa por um período de recuperação de preços, haja vista que vinha sendo comercializado, no mês passado, abaixo do preço médio de mercado. Ainda assim, nos últimos 12 meses, o chuchu registra uma variação de preço de -35,5%.
O setor de VERDURAS variou -3,79% ante uma variação de -1,01% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 3,97%. Com o resultado obtido, o setor encerrou o mês com um acumulado de -3,79% no ano e de -19,00% em 12 meses. Dos 39 itens cotados nesta cesta de produtos, 62% apresentaram redução de preço. As principais reduções ocorreram nos preços de ALFACE AMERICANA (-33,19%), ALFACE CRESPA (-33,16%), ALMEIRÃO COMUM (-31,74%), ALFACE LISA (-30,85%) e SALSA (-23,80%). As principais altas ocorreram nos preços de ALHO-PORÓ (+31,92%), REPOLHO VERDE/LISO (+29,09%), CHICÓRIA (+13,29%), COUVE-FLOR (+12,14%) e ESPINAFRE (+9,73%).
Assim como no período anterior, o setor de Verduras seguiu sentindo os reflexos das férias escolares, que reduzem a dinâmica de comercialização do setor. As alfaces, um dos produtos bastante demandado nas compras institucionais, e com a ausência desse comprador, seguiram apresentando reduções de preço no ETSP. A variedade Americana encerrou o período a R$ 2,15/unidade enquanto as variedades Crespa e Lisa fecharam a R$ 1,02/unidade e R$ 1,12/unidade, respectivamente.
Historicamente, este período é de sazonalidade baixa, ou seja, as ofertas desses produtos nesta época do ano costumam ficar abaixo da média no ETSP, significando que eles tendem a subir de preço. Entretanto, nos últimos 12 meses observa-se que, mesmo com a alta mensal, os itens alho-poró, repolho liso e couve-flor ainda apresentam variações negativas de preço. No mercado do ETSP, o preço médio deles foi de R$ 22,12/maço para o alho-poró, R$ 2,65/cabeça para o repolho verde/liso e R$ 4,52/cabeça para a couve-flor.
O setor de DIVERSOS variou -0,83% ante uma variação de -9,73% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 14,67%. Com o resultado obtido, o setor encerrou o mês com um acumulado de -0,83% no ano e de -17,19% em 12 meses. Dos 11 itens cotados nesta cesta de produtos, 36% apresentaram redução de preço. As principais reduções ocorreram nos preços de BATATA ASTERIX (-15,21%), BATATA LAVADA (-8,55%), ALHO NACIONAL (-2,30%) e AMENDOIM SEM PELE (-1,44%). As principais altas ocorreram nos preços de COCO SECO (+17,67%), OVOS DE CODORNA (+5,43%), AMENDOIM COM PELE (+3,17%), BATATA ESCOVADA (+1,81%) e OVOS BRANCOS (+0,66%).
O setor de Diversos iniciou o período apresentando volatilidade nos preços devido ao sobe e desce ocorrido nos preços das batatas e da cebola. As batatas Asterix e Lavada apresentaram quase o mesmo comportamento de preços, com tendência de alta até as 6 (seis) primeiras cotações e depois tendência de baixa até o encerramento do período. Dessa maneira, a batata Asterix encerrou o período cotada a R$ 3,07/kg enquanto a variedade Lavada ficou na média de R$ 2,55/kg. Em 12 meses, a batata Asterix apresenta variação de preço de -51,3% e a Lavada, de -60,6%. O mesmo vale para a variedade Escovada que, mesmo com a alta registrada no mês, apresenta nos últimos 12 meses variação de preço de -42,5%. Assim, a Escovada fechou o período a R$ 3,52/kg.
No ano de 2024 as importações de cebola contribuíram muito para a redução de preços do produto. No ETSP, o total de cebola importada chegou a 22.767 toneladas ante 14.631 toneladas em 2023, o que significou um crescimento de 55,6%. Desta forma, os preços da cebola nacional passaram boa parte do segundo semestre de 2024 em baixa. Neste início de 2025, as cotações do produto continuaram em tendência de queda, fazendo com que o bulbo encerrasse o período ao preço médio de R$ 1,90/kg. Em 12 meses, o produto apresenta variação de preço de -48,7%.
O setor de PESCADOS variou 12,90% ante uma variação de 3,17% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 6,06%. Com o resultado obtido, o setor encerrou o mês com um acumulado de 12,90% no ano e de 26,51% em 12 meses. Dos 28 itens cotados nesta cesta de produtos, 61% apresentaram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de BAGRE ÁGUA SALGADA (+73,94%), PEROÁ BRANCO (+60,00%), ANCHOVAS (+54,44%), SARDINHA LAGES (+44,51%) e ROBALO (+34,21%). As principais reduções ocorreram nos preços de TAINHA (-25,74%), ESPADA (-11,90%), PESCADA MARIA-MOLE (-11,08%), ABRÓTEA (-3,80%) e TAMBAQUI (-1,93%).
A análise do setor de Pescados comercializados no Entreposto de Pescados de São Paulo (EPSP) entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025 revela uma redução significativa na oferta de algumas espécies importantes, o que contribuiu para a pressão nos preços. O peroá branco, por exemplo, registrou uma queda de 49,12% no volume comercializado, caindo de 34.539 toneladas em dezembro para 17.576 toneladas em janeiro. Essa escassez no mercado pressionou os preços, que subiram 60,00% no período. Já o robalo apresentou uma redução de 38,39% no volume, passando de 21.75 toneladas em dezembro para 13.401 toneladas em janeiro, o que contribuiu para a alta de 34,21% no preço.
A sardinha Lages, por sua vez, registrou uma queda de 21,91% no volume, caindo de 52,92 toneladas em dezembro para 41,324 toneladas em janeiro. Por ser uma das espécies usadas em substituição à sardinha “verdadeira”, que está em defeso, essa redução da oferta resultou em uma alta de 44,51% no preço. Enquanto isso, as anchovas, por se tratarem de uma espécie extremamente nichada para a comercialização, mesmo o aumento da oferta não foi suficiente para atender à demanda, pressionando os preços para cima.
Fonte: noticiasagricolas