Incertezas de demanda e oferta ‘detonam’ cotações do petróleo


A incerteza crescente do mercado em relação à demanda global, mas também com relação à oferta da commodity, deu o tom da queda monumental, superior a 5%, das cotações futuras do petróleo na sessão desta quarta-feira (4).

O viés negativo do mercado ficou patente, com o recuo de 5,61% (menos US$ 5,01) do tipo WTI (referência ianque), cujo barril passou a ser cotado em US$ 84,22 na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o tipo Brent (referência global) baixou 5,62% (menos US$ 5,11), cotado a US$ 85,81 o barril na Intercontinental Commodity Exchange (ICE).

A baixa contundente das cotações decorre do temor de que haja uma restrição maior da oferta da commodity, o que foi reforçado pelo comunicado emitido pelo Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial da Opep+, que recomendou que se mantenha a estratégia atual de restrição de oferta. Por tabela, cresce a preocupação quanto a uma eventual ‘desaceleração da economia global’, com destaque para indícios de ‘recessão técnica’ da China, segunda economia do planeta.

Embora, em teoria, o posicionamento da Opep+ representaria um apoio aos patamares atuais de preços, o entendimento de analistas é de que o grupo de exportadores teria ‘deixado a porta aberta’ para aumentos na produção, a partir do ano que vem, o que poderia derrubar os preços da commodity.

Já o consultor da Stonex, Thiago Vetter, avaliou que a ‘agenda’ da semana está muito voltada a questões ligadas à macroeconomia e a realização de lucros, enquanto as ‘apostas’ do mercado se voltam à continuidade e o prazo que duraria o ‘aperto monetário’ do Fed (Federal Reserve) – o bc ianque. “Isso gera um movimento em direção à renda fixa americana e de fortalecimento do dólar, enfraquecendo commodities e especialmente, o petróleo”, observou o consultor.

Ante à tendência baixista atual sobre as cotações do petróleo, os fundos especulativos vêm aumentando suas posições compradas de futuros de petróleo e derivados, realizando lucros e abrindo margem para uma grande volatilidade no mercado.

Por sua vez, o consultor econômico da Remessa Online, André Galhardo, ressalta a frustração do mercado com o comportamento do mercado de trabalho dos EUA, pois a expectativa era de abertura de 140 mil novas vagas, mas foram criados apenas 89 mil postos de trabalho.

Fonte: capitalist

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