Segundo o artigo, publicado por Wang Wen, colunista do jornal chinês Global Times, o Ocidente está para perder sua importância econômica e política para o resto do mundo.
Ele justifica sua análise apontando que o maior cinturão de produção industrial está sendo formado no Extremo Oriente, entre China, Japão, Coreia do Sul e Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês). O volume total de exportações da região já superou os da União Europeia e da América do Norte juntos, lembrou o observador.
“As próximas duas décadas verão a maior transferência de riqueza da história, de ambos os lados do Atlântico para o Extremo Oriente, onde milhares de empresas de gestão e confiança estão sendo criadas”, previu.
O colunista está convencido de que Moscou, de olho nesse mercado, também acelerará o processo de reaproximação com os Estados da Ásia. Segundo ele, as sanções impostas contra a Rússia não prejudicarão sua economia a longo prazo, mas criarão uma nova Rússia, integrada ao Oriente.
Em seu artigo, Wang Wen descreve ainda sua passagem por São Petersburgo, relatando que “a grande maioria das marcas [europeias e dos EUA] ainda estão lá” e que o shopping estava lotado de gente.
“O mais interessante é que, enquanto o McDonald’s no quinto andar está fechado, o KFC está aberto e seus negócios estão melhorando, com longas filas o dia todo”, publicou.
Em sua opinião, a vida cotidiana dos russos não foi substancialmente afetada pelas sanções ocidentais, embora as restrições tenham impactado grupos de rendas média e alta. “Porém a Rússia encontrou alternativas rapidamente”, disse o autor.
“De forma mais impressionante, no Fórum Econômico do Oriente em Vladivostok, […] no início de setembro, vi cenas prósperas na Rússia. Convidados de 68 países participaram […]. Não vi nenhum representante dos EUA, mas havia alguns acadêmicos e representantes do Japão, Noruega, e assim por diante”, sustenta Wang Wen.
De forma conclusiva, ele ainda destacou o discurso do presidente Vladimir Putin durante o fórum, enfatizando que o significado central era que o domínio dos EUA na política mundial está diminuindo e é impossível para qualquer país isolar a Rússia.