Ilhas Salomão forçam EUA a remover referência à China da Declaração do Pacífico


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As Ilhas Salomão assinaram um acordo de 11 pontos entre os EUA e 14 nações do Pacífico depois que Washington concordou em omitir palavras relacionadas à China, revelou o ministro das Relações Exteriores do arquipélago, Jeremiah Manele, nesta terça-feira (4).
O ministro deixou claro que seu país não queria ser forçado a “escolher lados” entre Washington e Pequim, explicando que Honiara não se sentia à vontade com a referência que obrigava os Estados insulares do Pacífico a se consultarem antes de assinar acordos de segurança com impacto na região. O governo de Sogavare considerou tal exigência como um aceno ao seu pacto de segurança bilateral com a China.
“No rascunho inicial havia algumas referências com as quais não estávamos confortáveis, mas depois os funcionários nas discussões e negociações […] conseguiram encontrar um terreno comum, e isso nos levou a bordo, então assinamos”, disse o ministro.
A declaração de 11 pontos visa reforçar a presença dos EUA na região, observando, em particular, os “impactos da competição geopolítica intensificada” nas nações das ilhas do Pacífico.
Navios atracados no mar em Honiara, capital das Ilhas Salomão, 24 de novembro de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 28.09.2022

Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores das Ilhas Salomão esclareceu que o acordo de segurança com a China está focado na situação interna da lei e ordem e não inclui provisão para uma base militar.
“Minha crença […] e minha esperança é esta — que o Pacífico deve ser uma região de paz, de cooperação e colaboração, e não deve ser visto como uma região de confronto, de conflito e de guerra”, disse Sogavare.
As Ilhas Salomão, que mudaram os laços diplomáticos de Taipé para Pequim em 2019, assinaram um pacto de segurança com a China em abril, provocando “graves preocupações” nos EUA e seus aliados do Pacífico Sul, com Washington rotulando a iniciativa como uma tentativa de militarizar a região.
Os EUA aceleraram seu envolvimento com as nações do Pacífico desde junho deste ano, abrindo mais escritórios diplomáticos e financiando medidas de combate às mudanças climáticas.
Líderes de Fiji, Ilhas Marshall, Micronésia, Palau, Papua-Nova Guiné, Samoa, Ilhas Salomão, Tonga, Tuvalu, Ilhas Cook, Polinésia Francesa e Nova Caledônia participaram da primeira cúpula de dois dias presidida pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
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