“Isso pode enredar vários animais, vai prendendo peixes, tartarugas, golfinhos, sem que o pescador recolha aquilo. Então esse plástico de tamanho grande, geralmente, o principal efeito dele sobre os animais é matar ou causar algum dano por enrolar o animal”, explica Barreto.
“É o hábito delas de alimentação ir para o fundo [do mar] e ficar comendo aquelas algas presas nas pedras. E essas frequentemente são encontradas com sacolas plásticas no estômago porque o animal confunde o plástico com as algas”, explica o professor.
“Vamos abolir o plástico? Óbvio que não, a nossa sociedade não vive sem plástico. Mas podemos diminuir a quantidade […] de plástico de uso único, aquele que eu uso uma única vez, jogo fora. Tem um monte de alternativa para isso.”
“O Tamar acredita que a gente precisa aliar a pesquisa a enxergar o modo de vida das comunidades, trabalhar para que essas comunidades tenham condições de subsistência também. Porque as tartarugas marinhas, elas estão ao longo da costa brasileira, seja em áreas de alimentação, onde elas estão crescendo, se reproduzindo, seja em áreas onde elas estão desovando. E em todos esses lugares temos populações tradicionais, pescadores, suas famílias. Então a grande inovação do Tamar quando começou seus trabalhos foi envolver as comunidades, trazer os pescadores e as comunidades para a causa, inclusive com geração de empregos diretos e trabalhos.”
“Boa parte vem a morrer por conta dessa ingestão de lixo em geral. Quando a gente fala lixo em geral, o plástico é 99% dele”, diz a oceanógrafa.
“É mais do que a gente, obviamente, não descartar um lixo, um plástico, seja o que for em uma praia. É lembrar que quando isso acontece na cidade, se [o lixo] for para o chão, vai para o corpo d’água, vai parar no mar igual; a gente encontra balão de festa, camisinha, encontra o que você puder imaginar, que necessariamente não foi descartado na praia. Essa é a primeira coisa, pensar o consumo. Porque, honestamente, a gente precisa comprar uma banana descascada que vem embalada em um plástico filme? Ou dá para comprar a banana e descascar? Então eu particularmente acredito que essas coisas só vão mudar quando as pessoas começarem a tomar atitudes, inclusive de negar o consumo, se posicionando.”
Fonte: sputniknewsbrasil