O setor Feijoeiro está de parabéns, e o ano ainda nem terminou! Com os números de exportação de outubro fechados, o Brasil alcançou um novo recorde: 247 mil toneladas exportadas, correspondendo a US$ 259 milhões. Esse feito foi alcançado em um ano marcado por colapsos nos portos e recentes aumentos vertiginosos nos fretes.
O recorde é resultado de vários fatores, começando pela estratégia adotada desde 2010, quando o Brasil iniciou as exportações de Feijão, somando apenas US$ 4 milhões. Desde então, instituições como a EMBRAPA, o IAC e o IDR têm dedicado parte de seus investimentos ao desenvolvimento de variedades de Feijões exportáveis. Foi assim que surgiram o Feijão-mungo verde e, mais recentemente, o mungo-preto, responsáveis por 53,98 mil toneladas da exportação até outubro. Outros destaques são os Feijões vermelhos e rajados, que juntos alcançaram 46 mil toneladas.
Um exemplo de sucesso no mercado internacional é o caupi, conhecido como Tumucumaque ou Nova Era, cultivado no Brasil desde 2005 e que atingiu 76 mil toneladas exportadas este ano. Muitos desses Feijões são plantados na entressafra e, devido ao seu ciclo curto e rusticidade, se encaixam perfeitamente no sistema produtivo.
O Feijão-preto, que há anos recebe atenção das instituições de melhoramento, encontrou pela primeira vez um mercado mundial significativo, com 79 mil toneladas exportadas até outubro. Tudo isso sem descuidar da produção do Feijão-carioca, o preferido do consumidor brasileiro, que responde por mais de 65% da produção e consumo nacional. No entanto, o produtor não se sente seguro em plantar mais carioca, pois, caso haja excedente, não há mercado internacional para absorvê-lo, sendo um Feijão essencialmente brasileiro. Por isso, muitos produtores preferem investir em Feijões com mercado interno e externo.
Outro elo fundamental da cadeia produtiva são os exportadores, que têm investido no mercado internacional e buscado novas formas de comercialização. Com o apoio da APEX, foi criado o projeto Brazil Superfoods – Beans and Sesame, que promove Feijões e gergelim brasileiros no exterior. Frequentemente, os exportadores garantem a liquidez para o produtor e assumem os riscos nos mercados internacionais. Plantar com preço fixado é uma prática cada vez mais valorizada pelos agricultores, já que ninguém se sente seguro apostando em mercados de custos crescentes sem garantia de preço de venda.
Após abastecer o mercado interno, os excedentes têm sido exportados. A expectativa agora se volta aos volumes que poderão ser exportados nos dois últimos meses do ano. Qual a melhor estratégia para aproveitar essa tendência crescente de internacionalização?
Certamente, o primeiro passo é conhecer as cultivares recomendadas para a sua região e testá-las. Fazer contato com exportadores pode oferecer suporte com contratos e, em alguns casos, até mesmo com insumos. É essencial aprender o máximo possível sobre como funcionam os mercados internacionais e os fatores que os influenciam.
Participar de eventos do IBRAFE, como o Pulse Day, realizados em polos de produção, é uma ótima oportunidade para conhecer novas cultivares, técnicas de manejo e exportadores. Além disso, visitar feiras internacionais é uma forma de ampliar o networking com exportadores brasileiros.
Em fevereiro, a Gulfood será uma excelente oportunidade para entender como funcionam os negócios globais. Muitos produtores que já apostam nesses mercados tiveram a experiência de participar de eventos como esse e observar como países como Argentina, Estados Unidos, Canadá e Etiópia negociam Feijões há anos.
Fonte: noticiasagricolas