Ibovespa tem queda discreta com petroleiras atenuando pressão de Wall St


Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou quase estável nesta quarta-feira, com a pressão das fortes perdas dos pregões norte-americanos sendo atenuada pelo desempenho positivo de petroleiras, principalmente Petrobras e Prio.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com declínio de 0,13%, a 126.422,73 pontos, após marcar 126.822,5 pontos na máxima e 126.217,81 pontos na mínima da sessão.

O volume financeiro somou apenas 18,32 bilhões de reais — mais uma vez abaixo da média diária do ano, de 23,4 bilhões de reais.

De acordo com o gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, a bolsa brasileira sofreu com a contaminação do mau humor externo, em razão da frustração de investidores com os resultados da Tesla e perspectivas da Alphabet.

Ele destacou que a recuperação do petróleo no exterior ajudou as ações da Petrobras, mas a fragilidade dos preços do minério de ferro na Ásia evitaram uma recuperação mais robusta dos papéis da Vale.

Em Nova York, o S&P 500 caiu 2,31% e o Nasdaq recuou 3,64%, para mínimas em várias semanas, com dados da Tesla e da Alphabet minando a confiança de investidores nas megacaps de tecnologia que têm endossado recordes em Wall Street.

Analistas do Itaú BBA afirmaram no relatório Diário do Grafista que, após a queda da véspera, o receio de que o cenário de realização de lucros poderá se estender ganhou força.

“Para voltarmos à tendência de alta de curto prazo, será fundamental a superação da resistência de 130 mil pontos. Isso colocará o principal índice de ações do Brasil novamente em contexto otimista”, afirmaram.

DESTAQUES

– PETROBRAS PN subiu 0,8%, tendo como pano de fundo a recuperação dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent avançou 0,86%, a 81,71 dólares. Analistas do Goldman Sachs estimam que a Petrobras anunciará 2,6 bilhões de dólares em dividendos quando divulgar seu resultado do segundo trimestre em agosto. PETROBRAS ON subiu 1,01%. No setor, PRIO ON fechou em alta de 5,02% e PETRORECONCAVO ON ganhou 3,76%.

– VALE ON encerrou com acréscimo de 0,61%, em dia de recuperação, mesmo com nova sessão de queda nos futuros do minério de ferro na China, enquanto agentes financeiros aguardam balanço da mineradora na quinta-feira, após o fechamento do mercado. Analistas do BTG Pactual afirmaram que observaram recentemente algumas melhorias no perfil “bottom-up” da Vale, mas preferem esperar por um pouco mais de visibilidade sobre alguns dos “overhangs” pendentes antes de mudar a marcha.

– SANTANDER BRASIL UNIT fechou em alta de 0,35%, reduzindo o fôlego da abertura, quando subiu 3% na esteira do resultado do segundo trimestre, com lucro líquido recorrente de 3,33 bilhões de reais, acima das previsões do mercado. Em teleconferência com analistas, o CEO disse que o banco quer consolidar o ROE no patamar dos “mid-teens” (em torno de 15% a 17%) e então buscar um nível “mid to high teens” ao longo dos próximos trimestres.

– ITAÚ UNIBANCO PN terminou com variação negativa de 0,13%, enquanto BRADESCO PN subiu 0,08% e BANCO DO BRASIL ON recuou 0,41%.

– CARREFOUR BRASIL ON caiu 7,25%, aprofundando as perdas desde a véspera, primeiro pregão após reportar seu resultado trimestral — que foi avaliado positivamente por analistas. O Goldman Sachs reiterou recomendação de compra para a ação após o balanço e elevou o preço-alvo de 14 para 15 reais, conforme relatório a clientes. As duas quedas ocorrem após o papel acumular um ganho de quase 19% no mês. No setor, ASSAÍ ON perdeu 4,58% e GPA ON cedeu 1,38%.

– HAPVIDA ON subiu 0,77%, com analistas da XP reiterando em relatório com prévias de empresas de saúde que a companhia deve ser um dos destaques positivos para a temporada de resultados do setor, assim como REDE D’OR ON, que, por outro lado, caiu 1,08%. Na segunda-feira, a Hapvida anunciou acordo com a gestora de recursos Riza para o custeio de dois novos hospitais nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro na modalidade “build to suit”.

– MULTIPLAN ON recuou 4,35% antes da divulgação do balanço do segundo trimestre na quinta-feira, após o fechamento, acompanhando o movimento mais negativo para papéis sensíveis a juros. O índice do setor imobiliário, que inclui papéis de construtoras e de shopping centers, cedeu 1,6%, assim como o índice do setor de consumo, bastante amplo, perdeu 0,87%. No varejo, PETZ ON fechou em baixa de 5,6% e MAGAZINE LUIZA ON terminou em queda de 4,19%.

– IRB(RE) ON perdeu 2,8%, em meio a dados mostrando lucro líquido de 28,4 milhões de reais em maio, após resultado positivo de 31,6 milhões de reais em abril. O índice de sinistralidade caiu de 66,1% para 63,8% entre abril e maio.

Fonte: noticiasagricolas

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