Numa reversão completa do pico da série histórica – iniciada em fevereiro de 2020 – atingido em dezembro de 2022, que avançou 2,9%, o volume de serviços prestados no país caiu 3,1% em janeiro deste ano (no comparativo mensal), aponta Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada, nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), ao observar recuo percentual em três das cinco atividades do setor.
O comportamento adverso dos serviços, exibido pelos dados da PMS, acentua o instituto, não deixa de ser uma resposta ao argumento do Banco Central (BC) de que a inflação do setor seria determinante para que fosse mantida a taxa básica de juros (Selic) no patamar elevado atual, de 13,75% ao ano.
A divulgação de janeiro último é a primeira da PMS após a reestruturação de pesquisas conjunturais do IBGE, o que implica a divulgação de uma nova série histórica, que conecta a pesquisa antiga com a atual.
Entre as atividades com viés negativo, se destacam os transportes (-3,7%) e outros serviços (-9,9%), em que o primeiro segmento eliminou o ganho de 3,2% nos dois últimos meses do ano passado, enquanto o segundo praticamente anulou o avanço de 9,4%, registrado em dezembro. A terceira atividade com retração foi a dos serviços profissionais (-1,5%), após apresentar expansão de 3,8%, na passagem de novembro para dezembro de 2022.
Pelo viés positivo, cresceram as atividades de informação e comunicação (1,0%) e serviços prestados às famílias (1,0%). No primeiro caso, houve recuperação parcial da queda de 2,5%, acumulada nos dois últimos meses de 2022, ao passo que os serviços prestados às famílias, com a segunda alta seguida, subiram 3,5% no saldo acumulado.
No que se refere à receita, os serviços exibiram elevação de 12,9% em janeiro último, no comparativo anual, e crescimento de 0,1%, no comparativo mensal, pelo conceito nominal. O resultado acumulado em 12 meses até janeiro, por sua vez, apresenta alta acumulada na receita nominal de 15,9%.
Apesar disso, no primeiro mês do ano, os serviços estavam 10,3% acima do patamar pré-pandemia, (base de referência, fevereiro de 2020), além de registrar alta de 6,1% ante igual mês de 2022 (o 23ª avanço seguido) e crescimento de 8%, no saldo de 12 meses.
Levando em conta as estimativas de 25 consultorias e instituições financeiras colhidas pelo Valor Data, a expectativa era de uma redução de 1,4%, maior do que a projeção inicial, com intervalo elástico de -2,1% a +1,2%.
Fonte: capitalist