Honda Civic 10ª geração: os problemas e defeitos mais comuns do sedã


O Honda Civic é um verdadeiro ícone entre os sedãs médios no Brasil, e a décima geração, lançada por aqui em 2016, marcou uma grande evolução para o modelo. Apostando em um design ousado, com linhas esportivas e perfil de cupê de quatro portas, o três-volumes também trouxe melhorias substanciais em dirigibilidade, tecnologia e acabamento interno.

A linha oferecia duas opções de motorização: o já conhecido 2.0 i-VTEC aspirado de até 155 cv nas versões Sport, EX e EXL, e, como grande novidade, o propulsor 1.5 turbo de injeção direta e 173 cv na opção Touring. O câmbio era automático do tipo CVT, com opção de um manual de seis marchas na configuração Sport.

Construído sobre uma nova plataforma, mais rígida e com centro de gravidade mais baixo, o Civic G10 (como também era conhecido) proporcionava comportamento dinâmico digno de elogios, combinando estabilidade e boa posição de dirigir. O espaço interno também impressionava, já que cinco ocupantes viajavam com certo conforto no sedã, que ainda tinha porta-malas de 519 litros.

No entanto, apesar do sucesso de vendas e da boa reputação da Honda em durabilidade e pós-venda, alguns problemas recorrentes surgiram com o tempo em diversas unidades dessa geração. Os principais são ligados à bomba de combustível e ao sistema de coxins e suspensão. Confira:

Bomba de combustível

Em 2024, a Honda convocou um grande recall no Brasil devido a falhas na bomba de combustível, que poderiam causar dificuldade na partida do motor ou desligamento inesperado durante a condução, aumentando o risco de acidentes. A falha ocorreu devido a rachaduras e deformações no rotor da bomba, comprometendo seu funcionamento.

O recall abrangeu os modelos da versão Touring, com motor 1.5 turbo. Portanto, ao considerar a compra de um Civic de 10ª geração usado, é essencial verificar se a unidade já passou pelo recall e exigir o comprovante do serviço realizado.

Em grupos de proprietários do modelo nas redes sociais, surgiram relatos como o do dono Carlos Eduardo Barbieri. “Mais uma vez meu Civic morreu. Por sorte, todas as vezes eu estava em baixa velocidade e até acho que esse seja o problema — baixa rotação. Na outra vez, foi saindo de uma rotatória. Mas estou inseguro para pegar estrada com o carro”, salientou.

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No Reclame Aqui, um proprietário do Civic 2018 também relatou sua frustração: “Com menos de 12 meses de uso, o carro apresentou defeito na bomba de combustível. Durante viagem, tive que parar o carro na estrada porque o motor simplesmente apagou. Tive que ser rebocado até a concessionária. A Honda deveria alertar melhor os consumidores sobre esse problema.”

Casos como esses reforçam a importância de verificar a participação no recall e monitorar eventuais sintomas, como dificuldades de partida ou engasgos em movimento.

Coxim e suspensão

Outro ponto de atenção envolve o conjunto de coxins do motor e a suspensão, especialmente em unidades com quilometragem mais alta ou que rodaram frequentemente em pisos irregulares.

Os coxins do motor, responsáveis por absorver vibrações, podem apresentar desgaste prematuro, levando a ruídos e trepidações. A suspensão dianteira também começou a gerar reclamações em modelos mais rodados.

O proprietário Leandro Bueno relatou em um fórum dedicado ao modelo que estava “indignado com [seu] Civic Touring 2020. De repente, na estrada, começou a bater a suspensão dianteira quando passa em lombada, saliências na pista… Meu carro anterior era um G9 2012, usei bastante e nunca deu um barulho sequer na suspensão”, garantiu.

Valdir Martins, outro dono do Civic G10, compartilhou sua experiência com problemas no componente: “Dá uma olhada no coxim hidráulico do motor. O meu estava batendo e não era amortecedor, era o coxim”. Além dos ruídos, também foram registrados relatos de trepidação do motor em baixa rotação. Em praticamente todos os casos, a solução envolveu a substituição do coxim hidráulico do motor.

No Reclame Aqui, um consumidor relatou sua decepção com o desgaste prematuro do coxim:

Os custos para a substituição desses componentes podem variar. Por exemplo, um coxim do motor para o Honda Civic 1.5 turbo 2017 a 2020 é encontrado por aproximadamente R$ 900, enquanto para a versão com motor 2.0, o valor pode chegar a R$ 600. Esses valores podem variar conforme o fornecedor e a região.

Embora não sejam defeitos graves, esses pontos exigem atenção na hora da compra, já que não tiveram programa de recall e não são cobertos fora do período de garantia. Uma inspeção pré-compra detalhada pode evitar gastos inesperados com componentes relativamente caros para o padrão da categoria.

Procurada pela reportagem de Autoesporte, a Honda declarou o seguinte:

A montadora completa: “A Honda oferece a garantia de até três anos para falhas decorrentes da fabricação e/ou montagem, desde que as revisões programadas sejam realizadas na rede autorizada Honda. Em caso de suporte ou reparo fora do prazo de garantia, a Honda possui uma ampla rede de concessionárias espalhada por todos os estados do Brasil, com técnicos altamente capacitados e treinados para o reparo dos veículos. Dispomos dos manuais técnicos, estoque de peças originais para garantir que o veículo Honda sempre esteja em perfeitas condições de segurança”.

Mesmo com esses pontos de atenção, o Honda Civic G10 continua sendo uma excelente escolha no mercado de usados. Robusto, moderno e prazeroso de dirigir, requer os mesmos cuidados que qualquer veículo: verificação do histórico de manutenção, atenção aos recalls e, se possível, uma boa inspeção dos coxins e da suspensão antes de fechar negócio.

Em outras palavras, o Civic ainda é aquele bom e velho “carro para dez anos”. No entanto, é prudente garantir que os dez anos com ele comecem da melhor maneira possível.

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Fonte: direitonews

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