Via @cbnoficial | O Ministério Público e a Polícia Federal investigam um homem suspeito de se passar pelo vice-cônsul da Rússia em Minas Gerais. As apurações apontam que Geraldo da Silva Vieira utilizava do falso título para aplicar diversos golpes e até mesmo abriu uma conta bancária em nome do consulado.
Para ser nomeado vice-cônsul honorário, o investigado, que não tem qualquer vínculo com a Federação Russa, teria pagado 30 mil euros a Vladimir Kotilevsky, antigo cônsul da Rússia em Belo Horizonte, já afastado.
A atual cônsul honorária do país em Minas, Carolina Bernardes, explica que a descoberta da fraude ocorreu há seis anos e que o título ostentado por Geraldo Viera nem mesmo existe. Ela ainda relata que o suspeito prometia parcerias e acordos com o consulado russo a empresas brasileiras.
“Nós tomamos conhecimento apenas em 2018, porque eu assumi a função de cônsul horária da Rússia aqui em Minas Gerais em outubro de 2017. Eu comecei a receber constantes ligações. Os empresários acreditavam nessas falsas promessas, inclusive não existe a função de vice-cônsul honorário. Só existe vice-cônsul geral, que obrigatoriamente se instala nos consulados gerais.”
Além da falsificação do título, Geraldo da Silva Vieira responde por outros processos de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, que correm em sigilo desde 2020.
Ele teria também aplicado golpes em seus próprios funcionários. Ao todo, foram feitas 60 denúncias na justiça trabalhista e cerca de 20 em uma delegacia da Polícia Civil de Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte.
Conforme apurado pela reportagem da CBN, uma das empresas de contabilidade em nome do falso cônsul declarou falência em abril deste ano e está em processo de recuperação judicial.
A CBN procurou o Itamaraty e o Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais para os posicionamentos e aguarda os retornos.
Por Débora Costa
Fonte: @cbnoficial