O grupo terrorista Hamas pediu ao Conselho de Segurança da ONU que seja cumprido o cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza durante o Ramadã (o mês sagrado muçulmano, iniciado em 10 de março e que termina em 9 de abril), que foi aprovado nesta segunda-feira (25) no colegiado.
“O Hamas pede ao Conselho de Segurança que pressione a
ocupação [como os terroristas chamam Israel] para que cumpra o cessar-fogo e
pare a guerra de genocídio e limpeza étnica contra nosso povo”, anunciou o
grupo em comunicado no Telegram.
O Hamas defendeu “a necessidade” de que esse cessar-fogo
seja permanente e leve à retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza, bem
como ao retorno de centenas de milhares de pessoas deslocadas do norte do território
palestino, que estão concentradas na região da cidade sulista de Rafah.
“Afirmamos nossa disposição de nos engajarmos imediatamente em
um processo de troca de prisioneiros [como o Hamas se refere aos 134 reféns de
Israel que ainda mantém], que conduza à libertação de pessoas mantidas por
ambos os lados”, acrescentou o comunicado.
A resolução aprovada hoje também enfatiza “a necessidade
urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária e fortalecer a proteção
dos civis na Faixa de Gaza” e pede a Israel (não citando o nome do país) que “retire
todas as barreiras a essa assistência humanitária”.
Nesse sentido, o Hamas também solicitou a entrada de equipamentos
pesados para remover escombros, a fim de enterrar os cerca de 8 mil corpos que,
segundo o grupo terrorista, ainda estão sob as ruínas na Faixa de Gaza.
Em comunicado muito semelhante, a Autoridade Nacional
Palestina (ANP), que governa parte da Cisjordânia, também elogiou a resolução
da ONU, mas exigiu sua implementação imediata e lembrou que o apelo deve ser
por um cessar-fogo permanente e sustentável.
“Destacamos a importância de intensificar os esforços
internacionais, inclusive por parte do Conselho de Segurança, para se chegar a
um cessar-fogo permanente e sustentável que se estenda além do mês sagrado do
Ramadã, garanta a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e reduza os
desastres e a fome”, escreveu a ANP no comunicado.
“A resolução é um passo na direção certa para interromper a
agressão de forma completa e sustentável, a retirada das forças de ocupação
israelenses da Faixa de Gaza, a entrada de ajuda e o retorno dos deslocados”,
acrescentou.
Nesta segunda-feira, após meses em que Estados Unidos,
Rússia e China vetaram no Conselho de Segurança propostas de cessar-fogo na
Faixa de Gaza, onde Israel realiza uma ofensiva em resposta aos ataques do
grupo terrorista Hamas em outubro, o colegiado aprovou por unanimidade uma
proposta de dez membros não permanentes (Argélia, Equador, Guiana, Japão,
Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça) para um
cessar-fogo no enclave palestino durante o Ramadã.
Os americanos, que, como membros permanentes do conselho
(assim como França, Reino Unido, China e Rússia), poderiam ter vetado a
resolução, desta vez se abstiveram.
Em resposta, Israel cancelou a visita de duas autoridades a Washington e divulgou um comunicado no qual afirmou que a postura americana “dá ao Hamas esperança de que a pressão internacional lhes permitirá obter um cessar-fogo sem libertar os nossos reféns”, já que a resolução não condiciona a cessação das hostilidades à libertação deles, apesar de fazer um pedido nesse sentido.
Autoridades israelenses também disseram que só haverá cessar-fogo com o retorno de todos os reféns e a destruição do Hamas. (Com Agência EFE)
Fonte: gazetadopovo