O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, defendeu nesta quinta (12) o ajuste fiscal que vem sendo feito com, entre as medidas, a aprovação da reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia a partir de 2025. O projeto foi aprovado na noite de quarta (11) em uma sessão que varou a madrugada e foi retomada pela manhã para completar a análise das emendas.
Haddad afirmou que “ninguém gosta de ajuste fiscal feito na própria casa” e que o benefício fiscal já custou mais de R$ 200 bilhões aos cofres públicos. Ele destacou que o governo vem tentando rever essa questão há uma década, mas enfrentou a resistência dos setores beneficiados.
“Todo mundo gosta do ajuste fiscal feito na casa do vizinho. Ninguém gosta de ajuste fiscal feito na própria casa”, disse em entrevista à EBC.
Fernando Haddad ressaltou que chegou o momento de colocar ordem no programa que, segundo ele, contribuiu para o desequilíbrio das contas públicas desde 2015. Também contestou a ideia de que as isenções teriam impulsionado o crescimento econômico, contrariando um discurso que se tornou constante durante a discussão ao longo do ano.
“O país não cresceu, o país não gerou emprego, o país perdeu posições no ranking mundial de maiores PIBs. […] O Brasil era a sexta economia do mundo, passou para a décima segunda economia do mundo, hoje nós já somos a oitava de novo. Estamos a duas posições do recorde do governo Lula”, disparou.
O ministro também defendeu a necessidade de um ajuste fiscal criterioso, baseado em “justiça fiscal”, argumentando que aqueles que não pagavam impostos devem voltar a contribuir. Ele acrescentou que “alguém tem que pagar a conta” das mudanças, ressaltando que “não tem lobby de pobre em Brasília”.
Haddad afirmou, ainda, que vem dialogando com o Congresso para eliminar as regras que, segundo ele, prejudicam o ajuste fiscal, mencionando a necessidade de acabar com os chamados “jabutis” em projetos sem relação com o tema principal.
“Nós estamos conversando com o Congresso e dizendo ‘esses jabutis têm que acabar. Nós temos que botar ordem nisso’’, pontuou.
O ministro também comemorou o acordo construído entre os Três Poderes para a retomada gradual do imposto sobre a folha de pagamentos. “Todo mundo se engajou para encontrar a solução. Acredito que encontramos uma solução que pelo menos para 2024, talvez para mais, a depender aí do resultado dos programas que o Senado criou”, completou afirmando que as medidas vão gerar “prosperidade e crescimento com baixa inflação”.
Fonte: gazetadopovo