“Quem apoiava o Getúlio em 1930 não necessariamente era o mesmo grupo que o apoiava em 1937, pelo menos no peso que os atores tinham, e que não eram os mesmos atores que o ajudaram a chegar no poder em 1950”, comentou.
Estado Novo
“Não foi à toa que o Estado Novo procurou se associar às manifestações da cultura popular, ao samba, censurando letras que faziam apologia à malandragem, importante frisar, estimulando letras que falavam positivamente do trabalhador. Criou regras para o Carnaval, com o desfile das escolas de samba”, prosseguiu o professor de história. “Foi por isso que uma das escolas foi desclassificada nos anos 40, porque escolheu como tema Branca de Neve, dos estúdios Disney, que foi um sucesso em 1938, o filme da Branca de Neve. Não podia, tinha que ser temas nacionais”, explicou Dezemone.
Herança que se renova
“Getúlio contribuiu para a formação do que podemos chamar de uma cultura política. Uma cultura política que tem, por um lado, uma dimensão nacionalista. O entendimento de que, muitas vezes, o interesse estrangeiro não seria compatível com o interesse nacional, e para promover o desenvolvimento nacional caberia um papel de intervenção do Estado na economia”, comentou.
O suicídio
“A polícia, que tentou fazer algum tipo de repressão também foi enfrentada. E mais do que isso, no ano seguinte, quando acontecem as eleições presidenciais, essas eleições foram vencidas por um dos poucos governadores que permaneceu leal a Getúlio na crise de 1954, que foi o Juscelino Kubitschek, tendo como vice o próprio João Goulart”.

Fonte: sputniknewsbrasil