Desde os tempos de Galileu, as manchas solares intrigam os cientistas por sua capacidade de persistir na superfície do Sol por longos períodos. Essas regiões escuras desafiaram a compreensão científica, que até recentemente não conseguia explicar por que elas permaneciam estáveis por tanto tempo.
Pesquisadores publicaram um estudo inovador na revista Astronomy & Astrophysics, onde revelam um método de análise que decifra esse mistério. A pesquisa, liderada por especialistas do Instituto de Física Solar da Alemanha, mostra o equilíbrio sutil que mantém as manchas solares estáveis e intactas.
© Foto / Public domain/NASA/Goddard Space Flight Centre / Solar ArchipelagoUm grupo de manchas solares, rotulado como Região Ativa 1520, apareceu no lado esquerdo do Sol em 7 de julho de 2012. A grande mancha no canto inferior esquerdo se estende por mais de 11 Terras, ou 87.000 milhas de diâmetro.
Um grupo de manchas solares, rotulado como Região Ativa 1520, apareceu no lado esquerdo do Sol em 7 de julho de 2012. A grande mancha no canto inferior esquerdo se estende por mais de 11 Terras, ou 87.000 milhas de diâmetro.
© Foto / Institut für SonnenphysikCampo magnético medido (em Gauss) na mesma mancha solar observada com o telescópio alemão GREGOR. O lado esquerdo da imagem mostra o campo magnético medido usando os dados originais, enquanto o lado direito mostra o campo magnético medido após a correção das perturbações causadas pela atmosfera terrestre.
Campo magnético medido (em Gauss) na mesma mancha solar observada com o telescópio alemão GREGOR. O lado esquerdo da imagem mostra o campo magnético medido usando os dados originais, enquanto o lado direito mostra o campo magnético medido após a correção das perturbações causadas pela atmosfera terrestre.
Um grupo de manchas solares, rotulado como Região Ativa 1520, apareceu no lado esquerdo do Sol em 7 de julho de 2012. A grande mancha no canto inferior esquerdo se estende por mais de 11 Terras, ou 87.000 milhas de diâmetro.
Campo magnético medido (em Gauss) na mesma mancha solar observada com o telescópio alemão GREGOR. O lado esquerdo da imagem mostra o campo magnético medido usando os dados originais, enquanto o lado direito mostra o campo magnético medido após a correção das perturbações causadas pela atmosfera terrestre.
As manchas solares são áreas com intenso campo magnético, muito mais forte que o da Terra, e podem cobrir uma região maior que o próprio planeta. Por serem mais frias que o restante da superfície solar, parecem escuras, mas se isoladas, brilham mais do que a Lua cheia.
Essas manchas seguem um ciclo de atividade de aproximadamente 11 anos, com picos que coincidem com maior ocorrência de tempestades solares. Configurações instáveis ao redor delas podem originar fenômenos como ejeções de massa coronal e erupções solares, que afetam a tecnologia terrestre.
Tais eventos espaciais têm o poder de interromper comunicações via satélite e até provocar apagões em redes elétricas. Por isso, entender a origem e estabilidade dessas manchas é vital para antecipar e mitigar os efeitos do clima espacial.
A equipe obteve avanços importantes ao aprimorar uma técnica de observação que elimina distorções da atmosfera terrestre, permitindo medições precisas com o telescópio solar GREGOR. Essa abordagem possibilita resultados comparáveis aos de satélites, com custo reduzido.
Com essa tecnologia, os cientistas confirmaram que o equilíbrio entre pressão dos gases e forças magnéticas mantém as manchas solares estáveis. Esse achado não apenas resolve um antigo enigma astronômico, como também fornece ferramentas práticas para prever e proteger contra futuras ameaças solares.
Fonte: sputniknewsbrasil