Dez anos atrás, deixava a linha de produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) a última das mais de 1,5 milhão de Kombi feitas no Brasil. Há três versões para o dia exato do feito: 18, 19 e 20 de dezembro. De todo modo, essa é uma data que deve ser celebrada. Afinal, a Kombi é um dos veículos mais importantes da indústria automotiva brasileira.
Ao contrário do que muita gente imagina, o exemplar derradeiro não foi da série especial Last Edition. Após fabricar as 1,2 mil unidades da edição, a Volkswagen ainda produziu alguns exemplares da “Velha Senhora”.
Ao deixar os galpões da montagem final, em dezembro de 2013, a Kombi branca de chassi final 022.526 foi parar em uma espécie de museu informal da empresa, onde também “descansam” outros clássicos da VW. Infelizmente, o local não é aberto ao público.
A última Kombi do mundo nunca foi usada para trabalho, rodou menos de 100 km e é mantida em estado de nova pela equipe de conservação da Garagem Volkswagen. Como a Last Edition e todas as Kombi produzidas de 2006 em diante, o motor é o 1.4 flex da família EA111. São 80 cv e 12,7 kgfm, bem mais do que os míseros 30 cv do boxer de 1.200 cm³ da época do lançamento, em 1953.
Infelizmente o acervo não tem nenhuma Kombi dos anos 1950. Mas a coleção traz, além da Standard, outras oito unidades:
A Kombi deixou de ser produzida no final de 2013 por não atender às legislações que entraram em vigor no ano seguinte. O projeto, criado nos anos 1940, não suportava a implementação de airbags frontais e freios ABS.
Assim, em 2013 a marca anunciou uma edição de despedida, Last Edition. Além da pintura saia e blusa em dois tons (azul e branco), a Kombi tinha rádio com Bluetooth, cortinas em tear azul nas janelas laterais e no vigia traseiro – as braçadeiras com o logotipo “Kombi” bordado, bancos com forração especial de vinil: bordas em Azul Atlanta e faixas centrais de duas cores (azul e branca) e adesivos alusivos à versão.
Ao todo, foram produzidas e vendidas 1,2 mil unidades, não sem uma polêmica. O primeiro lote, esgotou rapidamente. Depois, mais exemplares foram fabricados, mas algumas acabaram encalhadas nas lojas.
Mas a Kombi vai muito além das polêmicas. Instrumento de trabalho de milhares de famílias, o utilitário teve dezenas de variações ao longo de 60 anos. E algumas sequer saíram do papel, como as propostas de facelift criadas pela Volkswagen do Brasil em 1997. Confira uma linha do tempo com os fatos marcantes da história da Kombi no país:
Nas décadas em que foi produzida e vendida, a Kombi teve na irreverência uma das marcas registradas. A Volkswagen sempre ressaltou a versatilidade e os baixos custos de manutenção e propriedade.
E foi exatamente a versão elétrica da Kombi que protagonizou um dos comerciais mais lembrados de 2023. Usando inteligência artificial, a Volkswagen trouxe de volta à vida a cantora Elis Regina para contracenar com a filha em uma peça publicitária.
A cantora morta em 1982 apareceu ao volante de uma Kombi, enquanto a filha, Maria Rita dirigia a versão elétrica da van, ID.Buzz.
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Fonte: direitonews