GWM Ora 03 Skin: como é a versão mais básica do elétrico rival do BYD Dolphin; teste


Ora, ora… e não é que o BYD Dolphin tem um rival à altura? Trocadilhos à parte, o GWM Ora 03 Skin é mais um elétrico chinês que chegou este ano ao Brasil. E a sua missão é surfar a mesma onda do carro elétrico mais vendido no país atualmente.

Ele pode ser comprado em duas versões, sendo a de entrada a Skin e a de topo, GT. Os valores ficam entre R$ 150 mil e R$ 184 mil, justamente a faixa de preço em que atua o Dolphin.

As primeiras unidades do Ora 03 foram entregues no fim de outubro último, como Autoesporte já havia contado. Naquele momento, testamos a versão GT, mais completa da gama, e que você pode conferir os detalhes clicando aqui.

Desta vez, dirigimos a Skin, opção que já foi apresentada nos últimos meses e que tinha até um pacote Copabacana de lançamento. Ela sai das lojas por R$ 150 mil e é rival direta do Dolphin mais barato, que não tem nome de versão. E olha… se mostrou melhor que o BYD em vários pontos.

O Ora 03 Skin é muito parecido com o GT. Muda um pouco o visual e também pacote de itens de série. Por fora, temos o mesmo design inspirado nos Mini para a dianteira, com faróis e lataria arredondados, além de a carroceria abdicar de muitos vincos.

A traseira lembra bastante o Fiat Punto (pelo menos para mim) por causa da tampa do porta-malas toda limpa e mais estufada, como uma barriga. Suas lanternas ficam no vidro traseiro (ele tem seta no para-choque, como o Hyundai HB20).

Diferentemente da GT, na Skin é possível combinar uma série de cores para o interior. Creme com marrom, creme com vermelho, creme com verde, entre outras opções. Confesso que não sou dos mais adeptos de mistura de cores na cabine, principalmente falando de tons mais chamativos, mas as combinações caíram bem no hatch.

O restante da receita é bem parecida com a versão mais completa e isso é um bom diferencial contra o Dolphin. Todo os bancos são revestidos de couro sintético e bem macios, painel de portas de motoristas e painel frontal têm superfícies macias ao toque.

Os comandos do ar-condicionado são físicos e imitam acionamentos de avião, o seletor do câmbio é mais comum e prático que o do BYD e ainda tem uma tela generosa de 10,25 polegadas para painel de instrumentos e computador de bordo.

A multimídia tem o mesmo tamanho do painel de instrumentos (e conecta Apple CarPlay sem fio e Android Auto, com cabo), é menor que a do Dolphin, mas o suficiente para passar as informações necessárias.

O tamanho de Dolphin e Ora 03 é bem parecido, e próximo também dos hatches compactos já vendidos no Brasil. O GWM mede 4,24 metros de comprimento, 2,65 m de entre-eixos, 1,60 m de altura e 1,83 m de largura. Sendo assim, ele é 11 cm mais comprido, 6 cm mais largo e 3 cm mais alto que o rival. Perde em entre-eixos, já que o BYD tem 5 cm a mais.

Por dentro, a distância para os joelhos é a mesma para os dois hatches, muda que o Ora tem mais espaço para ombros e cabeças dos passageiros do banco traseiro.

Só que o porta-malas que é menor e faz falta: são 232 litros de capacidade para o GWM, e 250 litros para o BYD. Em ambos os casos, pouca capacidade para uma viagem, mas na hora do aperto, esses 18 litros a mais comporta uma mochila.

Essa é a principalmente vantagem do Ora 03 contra o Dolphin. O hatch elétrico da GWM anda muito bem, sendo ainda mais ágil que o rival. A resposta para isso é bem simples, enquanto o Dolphin tem um motor de 95 cavalos de potência e 18,3 kgfm de torque, o Skin tem 171 cv e 25,5 kgfm.

É basicamente comparar um hatch 1.0 turbo com um 1.4 turbo. Afinal, o motor elétrico do Dolphin tem calibração próxima a de um VW Polo 1.0 TSI, embora seja bem menos potente. Já o Ora 03 tem o mesmo torque de um Polo 1.4 TSI, sendo bem mais potente.

Uma pena que o test-drive preparado para os jornalistas tenha sido tão econômico quanto comida francesa de restaurante fino. Sim, pouco deu para sentir o veículo no trajeto urbano no centro expandido e caótico de São Paulo capital.

Nem mesmo a diferença entre seus cinco modos de condução (eco, normal, esportivo, esportivo + e automático) ou os três níveis de direção (conforto, normal e esportivo).

Pudemos notar que ele é realmente mais rápido e ágil que o Dolphin para sair de situações embaraçosas no trânsito, mas não foi possível ultrapassar os 50 km/h no trajeto. Ou seja, sem chance de fazer qualquer aceleração ou retomada de velocidade para analisar performance do carro e da bateria de LFP (fosfato de ferro e lítio).

Falando nela, temos 48 kWh de capacidade de carga e uma autonomia de 232 km, segundo o Inmetro. Tempo de recarga varia diante do tipo de corrente. Um carregador AC, de 11 kW, leva mais ou menos 3 horas para ir dos 15% aos 100%, enquanto um DC, de 64 kW, demora cerca de 30 minutos para encher de 30% a 80%.

Quando o assunto é conjunto mecânico, a diferença entre as versões está justamente na bateria. A da Skin é menor que a da GT, que tem 63 kWh e 313 km de autonomia, de acordo com Inmetro.

A boa notícia é que o motor elétrico é o mesmo e entrega potência e torque iguais, mesmo custando R$ 34 mil a menos.

Voltando a falar do teste, um ponto importante: o acionamento dos freios é melhor que o do primo maior Haval H6, que demora para segurar o SUV. A verdade é que, de maneira geral, o condutor sente o Ora 03 mais na mão, com motor, freio e direção respondendo mais rápido.

A vedação acústica é que poderia ser melhor. Tudo bem que não temos o ruído do motor a combustão na parte da frente, mas os barulhos externos invadem legal a cabine.

Além disso, a seta poderia ser um pouco mais amiga do motorista. Ela não desliga depois do acionamento, mesmo com o volante voltando para a posição inicial. Aí o condutor tenta dar um tapa na alavanca para o sentido oposto tentando destravar, e ela aciona novamente. Vira um ciclo infinito. Até o momento, não peguei o jeito.

Outro ponto que incomoda é a posição do volante. Ele tem ajuste de altura e isso é bom, mas pessoas mais altas (eu tenho 1,87 m) não conseguem ajustá-lo de uma forma que não prejudique a visão do cluster. Em todos os jeitos, o aro do volante sobrepõe um pouco a tela.

Em contrapartida, a multimídia exibe câmera de ré e 360º multivisão, que dá opção de 9 ângulos diferentes para quem está fazendo a manobra. Isso é bem útil na hora da baliza para não pegar a roda no meio-fio ou para não encostar no carro da frente, já que o formato do capô do Ora prejudica um pouco a noção de espaço.

O pacote de equipamentos do Ora 03 é bem mais recheado, mesmo na versão mais básica, Skin. Principalmente quando falamos de assistência de condução e de segurança.

Além da câmera 360º citada acima, a versão Skin oferece frenagem de emergência com reconhecimento de pedestres e ciclistas, frenagem de emergência com reconhecimento de pedestres, ciclistas e carros incluindo tráfego cruzado, controle de velocidade com função anda-pára e alerta de ponto cego.

Todos esses itens são bem fáceis de usar. Os comandos estão no volante multifuncional e as ações são apontadas no painel de instrumentos. Só os apitos de alerta sonoro que são chatos.

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Fonte: direitonews

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