Guterres: mundo enfrenta o risco de ‘Grande Fratura’, a dissociação de China e EUA


“Estamos enfrentando o nível mais sério de divisões geopolíticas e desconfiança em gerações, a divisão entre Oriente e Ocidente”, disse Guterres nesta quarta-feira (18) no Fórum Econômico Mundial em Davos.
De acordo com secretário-geral da ONU, o mundo enfrenta o risco de “Grande Fratura”, que seria a dissociação das duas maiores economias mundiais.
“Uma falha tectônica que criaria dois conjuntos diferentes de regras comerciais, duas moedas dominantes, duas Internets e duas estratégias conflitantes de inteligência artificial, é a ultima coisa de que precisamos. O FMI [Fundo Monetário Internacional] informou que dividir a economia mundial em dois blocos poderia encurtar o PIB mundial em US$ 1,4 trilhão [R$ 7,12 trilhões]”, enfatizou.
Como declarou Guterres, há muitos aspectos em que as relações entre EUA e China divergem, especialmente em questões de direitos humanos e segurança regional.
“Mas é possível, e até mesmo necessário, que os dois países mantenham uma cooperação significativa sobre questões climáticas, comerciais e tecnológicas para evitar a divisão das economias ou mesmo a possibilidade de um confronto no futuro. Para os historiadores [que estão] entre vocês: devemos escapar da continuação da armadilha de Tucídides no século XXI”, sublinhou.
Os futuros ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Meio Ambiente, Marina Silva, posam ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva ainda durante a campanha presidencial, em São Paulo, em 19 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 16.01.2023

O secretário-geral da ONU também mencionou a situação na Ucrânia, declarando que a crise na Ucrânia está longe de atingir a paz.
“Estamos progredindo onde podemos, especialmente na assistência de exportação de alimentos e de fertilizantes da Ucrânia e da Rússia. Mas estamos longe da realização da paz de acordo com o direito internacional e a Carta da ONU“, disse Guterres.
O secretário-geral também falou sobre as profundas consequências globais do que está acontecendo nos preços mundiais de alimentos e energia, no comércio e nas cadeias de suprimentos e até mesmo nas questões de segurança nuclear.

Fonte: sputniknewsbrasil

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