A Administração Nacional de Segurança Rodoviária dos EUA (National Highway Traffic Safety Administration – NHTSA) está exigindo o recall de 67 milhões de infladores de airbags devido a um defeito de segurança. Porém, a empresa responsável pelos equipamentos, a ARC Automotive, recusou o pedido da agência regulatória.
Segundo a NHTSA, o mau funcionamento dos infladores representa um enorme perigo que pode causar ferimentos ou até mesmo a morte dos ocupantes do veículo.
“A ARC determinou que o defeito não exige um recall. Infladores de airbags que projetam fragmentos de metal nos ocupantes do veículo em vez de inflar a bolsa de forma apropriada criam um risco sem precedentes de morte e ferimentos”, disse o órgão em carta enviada à empresa.
Os airbags da ARC estão presentes em carros de General Motors, Chrysler, BMW, Hyundai, Kia, entre outros. Na última sexta-feira, a GM concordou em realizar um recall para quase um milhão de unidades equipadas com as bolsas infláveis da companhia de autopeças após um incidente em março no qual o motorista teve lesões faciais ao ser atingido pelos fragmentos metálicos.
A ARC refutou as acusações da NHTSA dizendo que a conclusão foi baseada em apenas sete casos de ruptura em todo o país. Por sua vez, a agência quer que a empresa prove que os outros 67 milhões de infladores produzidos nos últimos 18 anos não apresentarão defeitos no futuro. A ARC diz que vai continuar a trabalhar com a NHTSA para avaliar o problema.
O órgão de segurança norte-americano investiga os infladores feitos pela companhia há mais de sete anos. As análises começaram em julho de 2015, após duas ocorrências de feridos, e se intensificaram em 2016, depois que um motorista morreu no Canadá em um carro da Hyundai apresentou o mesmo defeito.
A ARC informou que fez avaliações de infladores coletados de veículos sucateados ou fora de circulação, mas nenhum deles se rompeu durante essas baterias de testes.
Os 67 milhões de infladores para o mercado norte-americano foram feitos em múltiplas linhas de produção e usados por 12 fabricantes automotivas em dezenas de modelos. “Nenhuma dessas fabricantes concluiu que há um defeito sistêmico nessa ampla amostragem”, diz a empresa.
Não é a primeira vez que os airbags são alvo de investigações sobre segurança. Na última década, mais de 100 milhões de infladores da Takata passaram por recall em todo o mundo (inclusive no Brasil), na que foi considerada a maior campanha de recall da história automotiva e ficou conhecida como “airbags mortais”.
Mais de 30 mortes e centenas de feridos em veículos de diversas fabricantes estão ligados aos airbags da Takata desde 2009. A última ocorrência registrada foi em julho de 2022.
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Fonte: direitonews