Gol G4: tire suas principais dúvidas antes de comprar esse usado


Veículo mais vendido da história no Brasil, o Volkswagen Gol teve uma trajetória repleta de acertos e inovações, mas também marcada por alguns deslizes. Em 42 anos, foram três gerações, apesar de a fabricante alemã usar uma conta diferente.

Independentemente do número de gerações, o Gol segue sendo um sucesso no mercado de usados. De acordo com a Fenauto, a associação dos lojistas, no primeiro trimestre de 2023 foram comercializados quase 180 mil exemplares do hatch, mais do que qualquer outro modelo vendido nesse mesmo período.

Autoesporte já publicou guias de compra dos Gol G7, G5 e G3. Nos parágrafos abaixo, você pode conferir mais sobre uma das gerações menos faladas do hatch, a G4. Confira:

Ainda que a Volkswagen (e todo o mercado) trate o Gol lançado em 2005 como G4, essa é mais uma reestilização profunda do Gol “bolinha” lançado em meados dos anos 1990. Isso significa que portas e colunas A, B e C mantiveram o formato das versões anteriores.

Mas a Volkswagen promoveu mudanças pesadas na dianteira e na traseira. De forma geral, as linhas são mais simples, com menos vincos e mais arredondadas que no G3.

Na dianteira, a grade ficou mais integrada ao para-choque e passou a ser da mesma cor da carroceria na maior parte das versões. Em algumas configurações, o acabamento central da peça era preto. Atrás, as lanternas ficaram menores e mais arredondadas e a tampa do porta-malas foi redesenhada.

Se o desenho externo foi simplificado, a cabine do Gol G4 foi o ponto mais polêmico desta geração por conta da piora na qualidade dos materiais e do desenho pouco inspirado.

Ao contrário do Gol G3, que trazia interior acima da média para o segmento de entrada, o G4 apelou para materiais de qualidade inferior e visual simplório. O quadro de instrumentos trazia mostradores menores emprestados do Fox, as saídas de ventilação mudaram de formato e adotaram padronização arredondada e os comandos dos vidros elétricos saíram do painel e foram para os painéis de porta.

Como a plataforma foi mantida, a posição de dirigir “torta” foi herdada. Isso porque volante, pedais e banco do motorista não eram alinhados, prejudicando a ergonomia.

O começo dos anos 2000 tinha como característica catálogos recheados de versões, motorizações e oferta de carrocerias de duas e quatro portas para quase todos os hatches compactos. E com o Gol G4 não era diferente. A Volkswagen lançou o modelo em agosto de 2005, já como linha 2006. Inicialmente, eram nada menos que doze opções para o público, divididas em cinco configurações:

As versões City, Plus e Power foram mantidas até a chegada do Gol G5, em 2008. E mesmo após a chegada de uma geração completamente nova, o Gol G4 foi mantido em linha como uma opção de entrada.

Entre 2009 e 2014, a Volkswagen reduziu o número de versões do G4, deixou de oferecer os motores 1.6 e 1.8 no modelo e rebatizou algumas configurações. Nesse período, existiram as seguintes opções no catálogo:

Ao contrário dos Gol G3 e G5, a quarta versão do hatch não teve tantas séries especiais. Destas, três edições merecem destaque.

Na linha 2006, a Volkswagen, patrocinadora da seleção brasileira na época, lançou o Gol Copa, série limitada a 16 mil exemplares com visual exclusivo. Na frente, a grade frontal recebia a cor preta em um contorno que formava a letra “V” (bem antes de a Nissan adotar esse estilo).

Outra edição bastante conhecida foi a Rallye, disponível nas linhas 2008 e 2009. Dessa vez, o apelo era off-road, com direito a suspensão elevada em 2,7 cm, para-choques, maçanetas e retrovisores pretos, faróis de neblina e rodas de 15 polegadas. No interior, a manopla de câmbio e o volante de três raios eram exclusivos.

Depois que o Gol G5 foi lançado, a Volkswagen buscou uma forma de manter o G4 atrativo ao mesmo tempo que oferecia um modelo de baixo custo. A resposta foi a versão Titan, disponível em 2011 e 2012.

Apesar de trazer elementos que remetem ao off-road, como peças plásticas pretas e adesivos, a simplicidade ficava evidente com as rodas de aço sem calotas ou a lista de equipamentos, que não trazia ar-condicionado nem como item opcional.

Se o Gol G4 tinha design externo pouco inspirado e interior espartano, ao menos a Volkswagen caprichou nas motorizações. Logo de cara, o 1.0 8V Flex de quatro cilindros em linha teve a potência aumentada em 3 cv, passando de 68 cv para 71 cv.

A partir de 2008, um novo ajuste no motor 1.0 fez com que a potência chegasse aos 75 cv, número que acompanhou o Gol G4 até o fim da vida, em 2014.

Se o orçamento permitia comprar um Gol G4 mais potente, havia duas outras opções: 1.6 ou 1.8, ambos da famosa família AP, já com a tecnologia flex. Vale lembrar que o Gol G3 1.6 foi o primeiro carro bicombustível lançado no Brasil – o fato acaba de completar 20 anos.

O motor 1.6 AP rendia 99 cv e 14,4 kgfm e levava o Gol aos 184 km/h com aceleração de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos.

Havia ainda uma opção mais potente, com bloco 1.8, 106 cv e 16 kgfm. Com o melhor desempenho da família, esse motor fazia com que o hatch acelerasse de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos e garantia velocidade máxima de 190 km/h.

Apesar das críticas por ainda continuar com o motor em posição “errada”, na transversal (assim como em carros de tração traseira), o Gol G4 agradava pela suspensão com curso mais longo e de acerto firme.

Segundo o mecânico Denis Macedo, da MD Power de Santo André (SP), os interessados em um Gol G4 devem ficar atentos a possíveis ruídos no cabeçote dos motores 1.0 Flex. “Válvulas batendo indicam desgaste elevado no alojamento do comando. Dependendo do caso, normalmente nos motores que rodaram muito tempo sem troca do óleo, pode ser necessário trocar o cabeçote”, afirma.

É preciso ressaltar que o óleo correto nesses casos é um composto sintético do tipo 5W40.

Outro fator que deixa alguns compradores com receio é a famosa luz “EPC” acesa no painel. Segundo Macedo, como todo o sistema de injeção já era interligado com o painel e demais sistemas, uma simples lâmpada de freio queimada era motivo para o indicador EPC acender no painel.

A solução, segundo o mecânico, é usar um scanner para identificar e corrigir o problema e resetar o módulo eletrônico.

Apesar de ser considerada uma das gerações menos marcantes do Gol, a G4 ficou em linha até 2014, quando foi substituída pelo subcompacto Up.

Dessa forma, entre 2005 e 2014, foram mais de 1 milhão de unidades vendidas no Brasil – a produção é ainda maior, já que o Gol foi exportado para países vizinhos.

Se cogita comprar um Gol G4, saiba que terá de procurar entre três motorizações e pelo menos uma dezena de combinações de versões e carrocerias. Isso sem considerar os pacotes opcionais oferecidos em cada uma delas. Veja a seguir a média de preços da Fipe para cada versão do compacto:

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Fonte: direitonews

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