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A diretora Anna Muylaert anunciou, na noite de sábado (18), que o papel principal do filme Geni e o Zepelim será interpretado por uma atriz trans. A decisão foi tomada após a produção receber críticas pela escolha anterior da atriz Thainá Duarte, que é cisgênero, para interpretar a personagem Geni, uma mulher trans. O filme é uma adaptação da música homônima de Chico Buarque.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Anna afirmou ter compreendido a importância da personagem para a comunidade trans e reconheceu o erro na escolha inicial do elenco. “Quero pedir muitas desculpas a todas as pessoas da comunidade trans que sofreram, se sentiram apagadas, se sentiram atacadas na sua corporeidade por causa dessa ideia. Por favor, me desculpem, eu tive uma visão errada, mas nós refletimos e claro vamos mudar o rumo das coisas”, disse a diretora.
Anna também se desculpou publicamente com Thainá Duarte, que, segundo ela, foi alvo de ataques virtuais. “Eu também queria pedir desculpas, claro, para a atriz Thainá Duarte, que por causa de uma ideia minha, foi tão exposta a haters na internet […] Mas ela sofreu esses ataques pessoalmente. Então, desculpa, Thainá.”
A diretora reforçou que a produção não é uma adaptação da Ópera do Malandro, de Chico Buarque, onde a música “Geni e o Zepelim” está inserida, mas sim da própria canção e do conto Bola de Sebo, de Guy de Maupassant, que teria inspirado Chico ao compor a letra.
“Eu queria também dizer que esse filme não é uma adaptação da Ópera do Malandro. Ele é uma adaptação da letra do ‘Geni e o Zepelim’, do Chico Buarque, isolada do contexto da Ópera do Malandro e também do conto Bola de Sebo do Guy de Maupassant, que o Chico diz ter baseado a letra da música dele.”
Muylaert finalizou o vídeo ressaltando o impacto simbólico da personagem e sua intenção de construir uma narrativa que respeite e valorize a trajetória de Geni. “Vou fazer todo possível para honrar essa personagem trans e vou dar o melhor de mim para fazer com que a Geni […] tenha um final de glória. E espero que todo esse debate e também esse filme possa ser uma construção de uma ponte entre vários grupos no Brasil e quiçá no mundo.”
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Fonte: gazetabrasil
