Gastos com educação caem no mundo e na América Latina chegam a 4,2% do PIB, aponta ONU


Os dados fazem parte do Monitoramento Global da Educação (GEM, na sigla em inglês) 2024, divulgado nesta quinta-feira (31) e que monitora o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) referente à educação, o ODS 4, pactuado pelos 193 integrantes da ONU e que deve ser alcançado até 2030. Ao todo são 17 ODS.
Segundo o documento, os gastos com educação caíram em todo o mundo, uma média de 0,4 ponto percentual do PIB, e 59 de 171 países não cumpriram as metas de gastar pelo menos 4% do PIB e pelo menos 15% das despesas públicas com educação.
Na América Latina e Caribe, em 2010 a média de gastos com educação era de 4,6% do PIB; em 2022 era de 4,2%.
O sul da Ásia e a África Subsaariana foram responsáveis pela boa notícia do levantamento, tendo aumentado os investimentos na área: o sul da Ásia foi de 3,1% do PIB em 2010 para 3,6% em 2022, enquanto a África Subsaariana pulou de 3,7% para 3,9%.
A América do Norte apresentou a maior queda de investimentos, tendo passado de 4,8% do PIB investidos em educação em 2010 para 3,8% em 2022. A participação da ajuda internacional destinada à educação caiu de 9,3% em 2010 para 7,6% em 2022.
O relatório mostra ainda que os gastos com educação por criança estão estagnados desde 2010.
Representantes da Câmara Municipal de São Paulo e do Instituto Paulo Freire divulgam selo em prol da educação de jovens e adultos. São Paulo, 19 de setembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 19.09.2024

Desafios

Outro dado da pesquisa revela que quase uma em cada quatro escolas primárias não tem acesso básico a água potável, saneamento e higiene.
As desigualdades entre os países em relação à familiaridade com atividades básicas realizadas em computadores é outro ponto crítico, pois em países ricos oito em cada dez adultos conseguem enviar um e-mail com um anexo, enquanto nos países em desenvolvimento apenas três de dez adultos são capazes de fazer isso.
Além disso, 51% de jovens e adultos são capazes de configurar medidas de segurança para dispositivos digitais, frente a 9% em países de renda média.

Violência

Em 2022, cerca de 3 mil ataques a escolas foram registrados, sobretudo nas zonas de conflito na Ucrânia e na Faixa de Gaza, onde 61% das escolas foram atingidas diretamente, segundo o estudo.

Mulheres

Haver mais mulheres em posições de liderança tem trazido resultados positivos para a educação, afirma a pesquisa, que argumentou que parlamentares mulheres ajudaram a aumentar os gastos com a educação primária no mundo.
Apesar disso, o percentual de ministras da Educação foi apenas de 23%, entre 2010 e 2013, para 30%, entre 2020 e 2023. Elas também são minoria nos espaços de poder educacionais:

“A proporção de diretoras na educação primária e secundária é, em média, pelo menos 20 pontos percentuais menor do que a proporção média de professoras. Apenas 11% dos países do mundo têm medidas em vigor para abordar a diversidade de gênero na seleção de diretores.”

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Fonte: sputniknewsbrasil

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