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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (26) que votou a favor da elevação da taxa Selic para 15% ao ano, defendendo que os juros permaneçam em patamar elevado “por período bastante prolongado” para garantir a convergência da inflação à meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
“Existem vários caminhos para a gente atingir o centro da meta. É a meta que a gente segue. Estamos absolutamente comprometidos com ela. Nossas ações falam por si só pelo tamanho da intensidade que nós fizemos do ajuste restritivo na política monetária feita nos últimos meses”, disse Galípolo, durante a apresentação do Relatório de Política Monetária.
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A declaração ocorre em meio a críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que atribuiu o atual nível da Selic — a maior taxa básica de juros desde 2006 — ao legado da gestão do ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Haddad, a decisão de elevar os juros para 15% já havia sido “contratada” ainda em dezembro de 2024. “Essa alta foi contratada na última reunião da qual participou o Roberto Campos [Neto]. É uma coisa que se chama ‘guidance’. […] Não dá para dar cavalo de pau em política monetária”, afirmou o ministro.
Galípolo se alinha ao colegiado do Copom
Galípolo, por sua vez, reafirmou que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) são coletivas: “As decisões são colegiadas e os votos expressam a opinião de cada um de nós”. O presidente do BC destacou que está “absolutamente de acordo” com as recentes decisões do comitê e afirmou que o diálogo com o ministro da Fazenda é constante e respeitoso. “O que eu falo publicamente é o que eu falo para o Fernando [Haddad]”, disse.
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Indicado ao Banco Central pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Galípolo já votou sete vezes pelo aumento da Selic — três como diretor de Política Monetária e quatro como presidente da instituição. Desde que assumiu o cargo, participou de 16 reuniões do Copom. “Eu reafirmo a mesma resposta que eu dei nos últimos 6 meses”, afirmou.
Segundo ele, o impacto da Selic sobre a economia ocorre com defasagem, o que justifica a atual postura de manutenção de juros elevados. “Isso que justifica essa pauta que a gente fez para entender se o patamar de juros atual está suficientemente restritivo”, explicou.
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Alta da Selic seguiu sinalização iniciada com Campos Neto
Em dezembro de 2024, ainda sob presidência de Campos Neto, o Copom sinalizou um aumento de dois pontos percentuais na Selic nas reuniões seguintes — o chamado forward guidance. Galípolo, que já integrava o comitê, votou a favor da proposta. Em janeiro e março, a taxa subiu para 14,25% ao ano, e, já sob liderança de Galípolo, foram realizados novos aumentos: 0,5 ponto percentual em maio e 0,25 em junho, alcançando os atuais 15%.
Apesar dos ruídos causados pelas falas de Haddad, Galípolo elogiou o ex-presidente do BC, afirmando que Campos Neto foi “ultrageneroso” durante o período de transição.
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Perspectivas econômicas
O Relatório de Política Monetária apresentado por Galípolo também trouxe revisões nas projeções econômicas. A estimativa para o crescimento do PIB em 2025 subiu de 1,9% para 2,1%. Já a previsão de inflação para este ano caiu de 5,1% para 4,9%.
A autoridade monetária afirmou que o desaquecimento da atividade econômica é um “elemento necessário” para controlar a inflação. “A desaceleração é esperada por causa da manutenção de uma política monetária restritiva”, informou o BC.
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Com a Selic a 15% ao ano, o Brasil volta a ter a taxa de juros básica mais alta em quase duas décadas, reforçando o compromisso do Banco Central com a estabilidade de preços, mesmo diante das pressões políticas por uma redução no ritmo de aperto monetário.
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Fonte: gazetabrasil