Como parte do governo federal, estiveram presentes a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias; e o secretário-geral da Presidência da República, Márcio Costa Macêdo.
O Brasil assumiu neste ano a presidência do G20, encontro das 20 maiores economias do mundo para debater os rumos do planeta, desde políticas econômicas à sustentabilidade. Este ano, sob a liderança brasileira, foram incluídas na pauta a fome e a pobreza mundial, o desenvolvimento sustentável e a mudança do sistema de governança global.
Para um fórum que “historicamente tratou de economia e inflação, discutir fome, pobreza e as mudanças climáticas não é uma tarefa fácil”, destacou o ministro Wellington Dias.
Em sua fala, a ministra Marina Silva reforçou a necessidade de pensar o desenvolvimento econômico aliado a políticas de preservação e recuperação do meio ambiente.
“Até bem pouco tempo, a maioria era desenvolvimentista. Hoje todos terão que ser sustentabilistas.”
A ministra do Meio Ambiente detalhou algumas das propostas discutidas por sua pasta, como a criação de um fundo bilionário para a conservação de florestas tropicais — projeto ligado ao Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), responsável por muitos dos mecanismos de equilíbrio ambiental a nível global.
“Se conseguirmos botar de pé até a COP 30, nós vamos ter um mecanismo para ajudar os 80 países detentores de floresta tropical.”
Outra iniciativa é a proposta de taxação global sobre os superricos, cujo dinheiro seria usado para financiar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento. “O setor privado não pode continuar mais fazendo os mesmos investimentos em atividades de altíssimo potencial de destruir o planeta e a biodiversidade”, afirmou Marina Silva. “É preciso que a transição seja justa.”
Da parte dos movimentos sociais, o grande destaque nas falas de abertura foi Cassia Bechara, representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). A ativista colocou a presidência brasileira do G20 na perspectiva do xadrez geopolítico internacional.
Seguindo o que disse o ministro Wellington Dias, a representante do MST afirmou que o Norte Global busca impor as regras políticas e econômicas ao Sul Global.
Nesse sentido, a presidência brasileira adquire importância ainda maior, destacando o papel do país como uma “potência importante do Sul Global”, capaz de pautar as necessidades dos países em desenvolvimento.
🚫🗣 ‘Não vamos aceitar nenhum tipo de ingerência sobre a nossa política’, afirma Cassia Bechara, do MST
Durante o encontro preparatório da Cúpula Social no Rio de Janeiro, Cassia Bechara, representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), ressaltou a… pic.twitter.com/rQhW92ppWa
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) August 20, 2024
“Nós sabemos que as potências capitalistas, as potências imperialistas, também estão de olho no nosso país”, afirmou Bechara.
“Então não é à toa que nós vamos fazer essa cúpula dos povos para dizer a essas potências que não vamos aceitar nenhum tipo de ingerência sobre a nossa política, sobre a nossa economia, sobre a soberania do Brasil, mas também a soberania dos nossos povos.”
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Fonte: sputniknewsbrasil