Pelo Truth Social, sua rede social, Trump declarou que o caso Epstein — que há anos é uma fixação entre seus apoiadores — não passa de uma invenção do Partido Democrata, e afirmou que quem acredita nisso é um “ex-apoiador”.
“Essas fraudes e farsas são a única coisa na qual os democratas são bons”, escreveu o presidente. “Eles não sabem governar, não têm boas políticas, não sabem escolher candidatos que vencem. O novo GOLPE deles é o que para sempre chamaremos de Farsa Jeffrey Epstein, e meus EX-apoiadores mergulharam de cabeça nessa bobagem.”
Ainda se dirigindo aos trumpistas que pressionam sobre o tema, o republicano afirmou que “eles não aprenderam a lição, e provavelmente nunca aprenderão, mesmo tendo sido enganados pela esquerda lunática por oito longos anos”.
“Tive mais sucesso em seis meses do que talvez qualquer presidente na história do nosso país, e só o que essa gente quer discutir, com forte incentivo da mídia fake news e dos democratas falidos, é a Farsa Jeffrey Epstein“, continuou Trump. “Que esses fracotes continuem a fazer o trabalho dos democratas. Nem pensem em falar do nosso sucesso incrível e sem precedentes, porque não quero mais o apoio deles!” concluiu, referindo-se aos “ex-apoiadores”.
A reação às declarações foi negativa até mesmo na Truth Social, a rede social do próprio Trump. Nos comentários da publicação, diversos usuários acusaram o presidente de não cumprir promessas feitas durante a campanha — em 2024, quando ainda era candidato, ele afirmou que tornaria públicos os documentos relacionados a Epstein — e alertaram que o controle republicano sobre o Congresso pode estar ameaçado em 2026, durante as eleições de meio de mandato.
Essa eleição, marcada para novembro do próximo ano, vai renovar toda a Câmara dos Representantes e um terço das cadeiras do Senado. Tradicionalmente, o partido que está na presidência costuma perder espaço nessas disputas.
O caso Epstein gerou uma das maiores tensões entre Trump e sua base. O empresário foi detido em julho de 2019, acusado de tráfico humano e de abusar sexualmente de menores, e morreu por suicídio na prisão em Nova York pouco mais de um mês depois, enquanto aguardava o início do julgamento.
A morte de Epstein deu origem a várias teorias conspiratórias, segundo as quais ele teria sido assassinado para proteger indivíduos influentes envolvidos em seu esquema de exploração sexual de menores — Epstein mantinha relações próximas com membros da elite política e econômica dos Estados Unidos e do Reino Unido, como Bill Clinton, o príncipe Andrew e o próprio Donald Trump.
Essas teorias foram reforçadas ao longo do tempo por líderes da ala trumpista, incluindo figuras que hoje fazem parte do governo, como o diretor do FBI, Kash Patel, e a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi. Ambos afirmaram repetidamente que, ao assumirem o poder, tornariam pública a “lista de Epstein” — um suposto documento com os nomes de clientes envolvidos no esquema de pedofilia organizado pelo magnata.
O FBI e o Departamento de Justiça dos EUA emitiram uma declaração conjunta alegando que Epstein não chantageou pessoas influentes e não possuía uma lista de clientes. Ao mesmo tempo, em entrevista em fevereiro, Bondi, em resposta a uma pergunta sobre a lista, afirmou que ela estava em sua mesa, aguardando análise. Entretanto, posteriormente, afirmou que não se referia à lista de clientes, mas sim a documentos do caso.
Fonte: sputniknewsbrasil